Para parte dos internautas, o projeto é desnecessário e aponta para uma "masculinidade frágil" dos defensores. As informações são do Extra.
O vereador Tenente Coronel Marcos Paccola (Cidadania) assina a autoria do PL. Em um vídeo divulgado no Instagram ele explica que criou o projeto, após ouvir relatos dos filhos e sobrinhos de que, para participar de determinados grupos na escola, eram obrigados a “beijar meninos e meninas”.
O parlamentar ainda destacou que forte ativismo LGBTQIA+ tem incentivado os jovens a terem um “comportamento bissexual” e causado uma desestruturação no “modelo conservador de família que está escrito na bíblia”.
"Eu não tenho nada contra, muito pelo contrário, tenho amigos, pessoas do meu convívio direto que são homossexuais. Mas não vejo o motivo pelo qual nós somos atacados ao ponto de estarmos ouvindo de crianças que eles não podem declarar o seu orgulho de ser heterossexual. Então vejo que esse parlamento tem sim que demonstrar pra todos que o respeito à liberdade e à opção sexual é a todo tipo de opção, inclusive a opção de ser heterossexual", disse, acrescentando:
"Você pode ter orgulho de ser lésbica, pode ter orgulho de ser gay, mas não pode ter orgulho de ser hétero. É assim que eles estão tentando fazer com que a imposição chegue em nossos filhos".
O objetivo principal do projeto, diz ainda a legenda do vídeo, "é para que não destruam o modelo tradicional de família, os valores conservadores cristãos e o sentimento de civismo patriótico que são as marcas mais fortes de nós conservadores".
"MASCULINIDADE FRÁGIL" X "EM PROL DA FAMÍLIA"
Nos comentários do vídeo, internautas se posicionaram contra e a favor à proposta do parlamentar.
"Coragem viu, vai trabalhar pra ajudar as pessoas que estão dormindo na fila para comer osso", criticou um usuário. "Que masculinidade frágil, tenente!", somou outro. "Queria eu não ser tão desocupado a ponto de ter uma ideia de criar uma lei dessa", ironizou um terceiro.
Também havia comentários daqueles que concordam com a criação do Dia do Orgulho Hétero. "Ainda bem q (sic) existe gente como vc! Avante! Em prol da família", escreveu um homem. "Força e honra!", elogiou outro.
Já uma mulher apoiou a iniciativa do parlamentar, endossando que "princípios divinos jamais serão aniquilados".
SEGUNDA VOTAÇÃO ADIADA
Após a aprovação em primeiro turno do Projeto de Lei dividir opiniões, a Câmara de Vereadores de Cuiabá decidiu adiar a segunda votação desta quinta-feira (23), para fevereiro de 2022, no retorno do recesso parlamentar.
A informação sobre o adiamento foi divulgada por Edna Sampaio (PT), única vereadora a votar contra o PL. Para ela, a proposta de lei é “vergonhosa” e que Brasil é o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo.
"Quem sofre violência com sua orientação sexual? É a pessoa heterossexual? Quem é expulso da casa quando os pais e a família descobrem a sua orientação sexual? Quem pode ser abordado por violência na rua e até morto se encontrar alguém que odeia pessoas LGBTQIA+? Não são os héteros, gente. Nossa sociedade é uma sociedade violenta contra as pessoas LGBTQIA+, que aliás esse crime já está inscrito nas nossas leis. Mesmo assim, aqui na Câmara Municipal nós tivemos a capacidade de aprovar agora no final do ano um Dia do Orgulho Hétero, daqueles que deveriam ter responsabilidade sobre os corpos que são vitimados por serem LGBTQIA+", argumentou.
Fonte: Diário do Nordeste