No ofício 2183/2021, ao qual O GLOBO teve acesso, o presidente da Rio Luz, Pierre Alex Domiciano Batista, diz ter sido informado pela Subconcessionária de Iluminação Pública de que as filmagens ficam armazenadas por uma semana, em razão da capacidade das câmeras recebidas da CET-Rio, inviabilizando o fornecimento das mesmas.
De acordo com o ofício enviado à CET-Rio e, posteriormente, à Rio Luz, que atualmente faz a gestão dos aparelhos, Elizabeth Machado Louro afirmava que as filmagens no intervalo de 3h30 às 10h do dia 8 têm a finalidade de “instruir os autos da ação” e que serão “verificadas as circunstâncias em que foi conduzido o veículo (velocidade presumida e eventuais infrações)”.
Segundo o relatório final das investigações, assinado pelo delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra da Tijuca), os laudos de exame de necropsia e de reprodução simulada atestam, de forma absolutamente contundente, que a morte de Henry foi decorrente de crime e se deu entre 23h30 e 3h30 daquela madrugada. A alegação apresentada por Monique e Jairinho na delegacia de que o menino foi vítima de um acidente doméstico, como uma queda da cama, foi descartada.
O inquérito apontou, ainda, que a perícia da Polícia Civil em imagens de câmeras do elevador do Majestic mostra que ele estava extremamente pálido, com lábios cianóticos (escuros, devido à baixa oxigenação no sangue), abolição de motilidade e de tônus muscular, com consequente fácies hipocrática (olhos fundos, parados, inexpressivos) — em linhas gerais, sinais de que o óbito ocorrera havia pouco tempo.
Ao serem ouvidas na distrital, as médicas responsáveis pelo atendimento prestado a Henry e por tentativas de reanimação frustradas durante mais de uma hora também garantiram que o menino já chegou morto no Hospital Barra D’Or. Ao ser levado para o Instituto Médico-Legal (IML), foi atestado que ele sofreu hemorragia interna e laceração hepática e seu corpo apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões.