Numa conversa exclusiva com o jovem estudante Ryan Aquino (@ryanaquinoc), que teve um pouco de sua história lançada conosco, e baseado nos comentários que tivemos na postagem Acadêmico de Direito apresenta o assassinato de seu próprio Pai como tese de defesa, ele nos revela alguns detalhes surpreendentes.
Equipe amo Direito:
Afinal, o que levou você a utilizar o assassinato de seu próprio pai na defesa de seu cliente?Ryan Aquino:
Quem não assistiu ao vídeo, ou não entendeu a parte em destaque, a lembrança do assassinato de anos atrás surgiu da necessidade de provar que, mesmo os dois homicidas tendo praticado homicídio com a mesma arma e de maneira similar, ambos não podiam ser julgados em um mesmo parâmetro, pois há 17 anos atrás o assassino escolheu a faca, a forma e a crueldade!
O réu, e meu cliente no caso atual, por um azar do destino estava com essa faca na cintura, infelicidade essa suficiente para ocorrer a fatalidade com a mulher de sua vida. Ou seja, a qualificadora do meio cruel tem que atingir seus efeitos de maneira coerente e justa, estabelecendo cada homicida em "seu quadrado". E o fato de ter utilizado o caso de meu pai foi simplesmente por enxergar este um meio mais próximo de uma probabilidade vitoriosa.
Sabemos que no Direito não há como ter certeza e prever o resultado final. Porém, utilizei do melhor recurso disponível para a defesa. E será sempre assim! O sentimento não pode ter efeitos se for para prejudicar a defesa, e se emocionar, perdendo o controle da situação, não é uma opção!
Quando o meu pai morreu, eu não pude fazer nada, tinha apenas 2 anos de idade. Até hoje me sinto impotente. Mas agora tenho a opção de levar à morte dele como uma fraqueza ou como uma fortaleza, e diante aos objetivos nacionalmente estabelecidos, ser fraco também não é uma opção!
Equipe amo Direito:
E críticas? Como você se posiciona às críticas?
Ryan Aquino:
Bem, penso que as pessoas falam o que querem, apontam sem medir as consequências nas outras. Contudo, isso já é um fato que vai estar presente constantemente. Felizmente, eu tenho a oportunidade de resolver a forma que isso vai me atingir. Assim, levo como uma motivação a mais, pois sei que essas mesmas pessoas no dia que seus filhos ou seus próprios pais precisarem de uma defesa, elas não vão procurar um advogado limitado ou emocionalmente abalado.
E a imagem em minha perna (tatuagem com o rosto de meu pai), fala por si! Mesmo não tendo tido a oportunidade de crescer ao lado de meu pai, sim, ele é uma das pessoas que mais amo na vida.
Equipe amo Direito:
Como seu pai se sentiria vendo tudo isso, em sua concepção?
Ryan Aquino:
Imagino ele sorrindo e se orgulhando profundamente do filho que deixou, tendo a certeza que este sempre vai lutar pelo que é certo, e com uma busca incessante na excelência de defesa! Como também, sabendo de meu coração, no qual nunca serei covarde e nem faltarei com a honra do homem que sou.
Equipe amo Direito:
Bem, nossa equipe agradece demais por sua disponibilidade de nos responder e por toda sua atenção.
Ryan Aquino:
Eu é que agradeço a oportunidade de deixar esses esclarecimentos na página para os leitores. Afirmo, ainda, que estou muito feliz em ter essa prévia vista pelo público jurídico de todo o Brasil.
No mais, quero agradecer a todos os comentários de admiração de todas as pessoas que conseguem enxergar o Direito e a Justiça na sua devida perspectiva em um País que vigora o Estado Democrático de Direito.