Conforme relata, um instrutor do espaço falou para dois alunos: "Esse 'viadinho' chega nesse horário, não malha e só fica tirando foto".
O caso aconteceu por volta das 21h15 de terça-feira (18) na academia Ávila Fitness, no bairro de Brotas. O enfermeiro detalhou que planejava malhar por cerca de 45 minutos, até a academia fechar.
“Tinha poucas pessoas na área, só o instrutor do treino e dois alunos. Eu passo e ele [instrutor] comenta entre os pares", relatou.
Segundo Abdon Brito, normalmente, ele não tinha contato com o instrutor e pedia orientações para o coordenador da academia, que não estava no local no momento.“Foi um ódio gratuito, outras pessoas tiram fotos e eu não vejo nenhuma queixa em relação a isso. O fato de eu ser gay incomodou ele”, afirma.
Conforme relato do enfermeiro, a primeira sensação após ouvir o funcionário da academia foi de que o caso não teria acontecido. Ele ainda tentou continuar o treino mas, revoltado, parou os exercícios e pediu o cancelamento da matrícula.
"Larguei o haltere e falei: 'olha, eu quero cancelar a minha matrícula'. Ele [instrutor] disse que não conseguia [fazer o cancelamento], que isso era só com o administrativo”, conta.
"Aí eu falei que ouvi o que ele falou, ele negou e chamou os pares que confirmaram a negação. Só que eu falei que o mal é que eles acharam que ninguém ia ouvir, mas eu ouvi. A minha primeira resposta foi cancelar”.
O enfermeiro registrou o caso através da delegacia virtual e a investigação será realizada na 6ª Delegacia Territorial (DT) de Brotas. Além disso, Abdon Brito denunciou o instrutor no Ministério dos Direitos Humanos, fez uma denúncia no Ministério Público da Bahia (MP-BA) e vai abrir uma ação civil.Abdon não pretende continuar os treinos na academia.
“Vou sair da academia. Não é um lugar seguro para mim mais”, diz
A Ávila Fitness publicou uma nota de repúdio nas redes sociais e informou que o instrutor, que era estagiário, foi afastado das atividades da academia.
"A Academia Ávila fitness, repudia qualquer ato ou intenção que expresse a homofobia e o preconceito seja no ambiente da empresa ou fora dele. Reafirmamos que o respeito à diversidade é dever de todos, independentemente de orientação sexual e da identidade de gênero, sendo a homofobia danosa à sociedade como um todo", escreveu.
Fonte: G1 BA