"Fui demitido da Jovem Pan. Por dar um tchau deturpado por canceladores. Infelizmente a pressão de uma turba canceladora e sua sanha de sangue surtiram efeito", escreveu Adrilles. "Agradeço a jovem pan pela oportunidade e a todos os amigos q lá conquistei e que em mim confiam e apoiam".
Fui demitido da jovem pan . Por dar um tchau deturpado por canceladores . Infelizmente a pressão de uma turba canceladora e sua sanha de sangue surtiram efeito . Agradeço a jovem pan pela oportunidade e a todos os amigos q lá conquistei e que em mim confiam e apoiam.
— Adrilles Jorge (@AdrillesRJorge) February 9, 2022
No programa, Adrilles comentava a polêmica que envolve Monark, ex-apresentador do Flow Podcast, que sugeriu que o Brasil poderia ter um partido nazista legalizado. Ao encerrar a fala, o comunicador faz um gesto similar ao "Sieg Heil", uma saudação nazista que, em alemão, significa “viva a vitória”. “Até sempre, tchau”, disse Adrilles.
O gesto causou reação imediata do apresentador e colega de bancada William Travassos, que diz: “Surreal, Adrilles”. O comentarista ri ao notar o constrangimento do colega, e a transmissão é encerrada em seguida.
Em nota, a emissora disse repudiar qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias, e que os comentaristas têm liberdade para emitir opiniões, desde que dentro dos limites da lei. Confira:
"O Grupo Jovem Pan repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias. Somos veementemente contra a perseguição a qualquer grupo por questões étnicas, religiosas, raciais ou sexuais. No exercício diário de informar e esclarecer nossa audiência, prezamos pelo livre debate de ideias, mas não endossamos qualquer tipo de manifestação que leve ao discurso de ódio e reforce ideias que remetam a um episódio da nossa história que deve ser lembrado como símbolo de um erro da humanidade que não deve jamais ser repetido. Nossos comentaristas têm independência para emitir opiniões, respeitando os limites da lei, opiniões estas que não refletem as posições do Grupo Jovem Pan."
Em suas redes sociais, Adrilles culpou o "progressismo" pela demissão e se defendeu das acusações: "O progressismo impõe cancelamento à força da pressão do dinheiro e de carrascos influenciadores. Ceder a um discurso caluniador de influenciadores e patrocinadores progressistas para poder manchar a vida de alguém é ceder a tudo de ruim que se deve combater no país", disse.
Caso Monark
As polêmicas que envolvem ideais nazistas vieram à tona após declarações do youtuber Bruno Aiub, o Monark, que defendeu a existência de um partido nazista no Brasil. O posicionamento do influenciador aconteceu durante a gravação do podcast Flow, na segunda-feira (7).
No episódio em questão, o influenciador defendeu a possibilidade da formação de um partido nazista no Brasil durante uma discussão sobre liberdade de expressão com os deputados federais Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).
"A esquerda radical tem muito mais espaço que a direita radical, na minha opinião. As duas tinham que ter espaço, na minha opinião. [...] Eu acho que o nazista tinha que ter o partido nazista reconhecido pela lei", disse durante a entrevista. Ele pediu desculpa após o comentário e foi desligado do programa.
As declarações repercutiram nas redes sociais. Ontem, os termos Monark, Flow e nazismo ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter. Na rede social, a Embaixada da Alemanha no Brasil publicou em sua página uma mensagem de repúdio ao comentário.
— AlemanhanoBrasil (@Alemanha_BR) February 8, 2022
O youtuber vai ser investigado pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo), que anunciou ter aberto um inquérito contra o influenciador. No ofício, os promotores Anna Trotta Yaryd e Reynaldo Mapelli Júnior consideram o conteúdo da fala inquestionavelmente "nazista e antissemita" e rechaçam a liberdade de expressão que permitiria a ideia.
Atualmente, o Flow é um dos podcasts com maior audiência no Brasil e conta com mais de 3 milhões de inscritos no YouTube.
Fonte: noticias.r7.com