Mulher é presa suspeita de envolvimento na morte e esquartejamento do ex-companheiro

Via @diariodonordeste | Uma mulher, de 56 anos, foi presa pela Polícia Civil suspeita de envolvimento na morte e esquartejamento do ex-companheiro, Francisco Mairton Maciel da Silva, de 31 anos, ocorrida em novembro do ano passado. Ela foi capturada pelos agentes de segurança nessa quinta-feira (3), em Fortaleza. 

O crime teria sido motivado pela inconformação de Cremilda Ferreira da Silva em relação ao fim do relacionamento com a vítima. Segundo as investigações, ela contratou um ex-parceiro, identificado como José Airton da Silva, de 46 anos, para matar e esquartejar a vítima. Ele, que respondia pelo crime de homicídio, também foi preso na quinta-feira.

O trabalho policial foi desenvolvido em conjunto pelo 5º Distrito Policial, o Núcleo de Homicídios da Delegacia Metropolitana de Maracanaú e a 12ª Delegacia de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Desaparecimento

Inicialmente, a Polícia foi acionada para averiguar o desaparecimento de Francisco Mairton. No entanto, apurou que ele era constantemente ameaçado por Cremilda Ferreira, após o fim do relacionamento de cinco anos entre os dois, em julho de 2021.

A separação do casal, segundo o delegado do Núcleo de Homicídios da Delegacia Metropolitana de Maracanaú, Alan Pereira, foi motivada pelo envolvimento da vítima com uma colega de trabalho, com quem permaneceu após deixar a suspeita. 

Segundo a Polícia, em uma das investidas, cerca de um mês antes do desaparecimento, Cremilda Ferreira foi até o local de trabalho dos dois e, ao não encontrar a nova namorada dele, agrediu Francisco Mairton na região do olho.  

Ameaças de morte 

A Polícia encontrou áudios enviados por Cremilda ao ex-parceiro, salvos por ele no celular do filho, em que ela dizia não aceitar o término e ameaçava ele e a nova namorada. Conforme o titular da delegacia, a suspeita disse em uma das gravações que "beberia o sangue" da vítima. 

Além de intimidar os dois, ela revelou, em mensagens enviadas ao homem, que contrataria José Airton da Silva para matar ele e a nova namorada. A mulher chegou a, inclusive, enviar fotos do suspeito para mostrar-lhe quem seria o responsável pelo homicídio.

A suspeita teria pago cerca de R$ 1.500 ao ex-companheiro para ele executar o homicídio. O homem receberia ainda a motocicleta da vítima como segunda parte combinada. 

Alan Pereira revelou que o cúmplice de Cremilda já foi condenado a 13 anos de prisão por um crime parecido. Em 2007, ele teria assassinado o namorado de uma ex-companheira a mando dela.

Homicídio e esquartejamento

Francisco Mairton foi visto pela última vez em 27 de novembro do ano passado, em companhia de Cremilda Ferreira. Segundo testemunhas, os dois estavam na residência da mulher. Desde a data, ele desapareceu. 

A suspeita relatava às autoridades que a vítima saiu da residência dela durante a madrugada do dia 28 de novembro e não retornou. 

"No dia do desaparecimento do Mairton, ela [Cremilda Ferreira] foi até a casa onde ele estava morando e colocou um bilhete na moto dele dizendo para eles se encontrarem. Então, à noite, ele, aparentemente, teve uma recaída e foi para a casa dela. Algumas testemunhas disseram que chegaram a vê-lo desacordado no sofá da casa dela." ALAN PEREIRA - Delegado do Núcleo de Homicídios da Delegacia Metropolitana de Maracanaú

A Polícia acredita que a vítima foi morta após ser sedada e, em seguida, esquartejada no imóvel. O cúmplice e ex-companheiro da suspeita, José Airton, tinha experiência em desossar animais, pois já havia trabalhado realizando esse serviço. 

Em dezembro, a parte de baixo do cadáver do ex-parceiro da mulher foi encontrada no bairro Jaçanaú, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. A identidade do homem só foi revelada em janeiro de 2022, por um exame de DNA realizado pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). Os investigadores supõem que as partes do corpo devem ter sido ocultadas em diferentes endereços.

As investigações sobre o caso continuam, focada em encontrar as outras partes do cadáver da vítima, além de apurar se há o envolvimento de outras pessoas no caso.

A dupla pode responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Clemilda Ferreira pode ainda ser indiciada pelo crime de perseguição. 

Fonte: Diário do Nordeste

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