Durante palestra no Brazil Summit Europe, seminário promovido pela Universidade Hertie School, da Alemanha, Barroso afirmou que “as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar o processo [eleitoral] e tentar desacreditá-lo”.
“A fala do ministro Barroso foi indevida, pois as Forças Armadas não são uma criança para serem orientadas. Em todo esse processo, elas têm se mantido à parte, sem manifestações de seus comandantes ou de seus integrantes”, disse Mourão sobre a fala do magistrado.
O ministro, que é ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não citou quem estaria orientando as Forças Armadas. O presidente Jair Bolsonaro (PL), porém, já questionou reiteradas vezes a segurança das urnas eletrônicas.
Para Barroso, as Forças Armadas não irão sucumbir a esse movimento. “Tenho a firme expectativa de que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de Estado, que é o universo da fogueira das paixões políticas”, destacou.
O ministro também ressaltou que o Brasil é um dos países que passam pela ascensão do que chamou de “populismo autoritário” e defendeu o papel das Supremas Cortes. “Elas são obstáculo ao populismo autoritário”, frisou.
Em nota, o Ministério da Defesa disse que a declaração de Barroso é “ofensa grave”. O órgão pontuou que “repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas, de que as Forças Armadas teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”. O comunicado oficial é assinado pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas instituições nacionais permanentes do Estado brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, assinalou o general.
Fonte: metropoles.com