"Ele confessou o crime e, devido ao fato de ser réu primário, sem antecedentes criminais, solicitei a liberdade à Justiça", explicou o promotor Luciano Sotero Santiago, que condicionou a soltura a algumas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento periódico ao juiz e proibição de contato com a vítima.
Segundo ele, Luan Vitor da Silva usou uma faca para tomar o celular de uma mulher, que não ficou ferida. Preso em flagrante, foi conduzido para uma delegacia e, depois, encaminhado ao presídio. O pedido de soltura do promotor foi expedido no mesmo dia por causa dos riscos a que o jovem estaria exposto no presídio, além do fato de haver evidências de que tinha cometido o crime por causa da fome.
"Poderia ser aliciado para criminalidade ou ser vítima de algum abuso sexual. Sairia pior do que entrou no sistema prisional, que não recupera os presos", completou o promotor. No dia seguinte, domingo (5), a juíza de plantão, Elâine de Campos Freitas, da Comarca de Santa Luzia, marcou uma audiência de custódia virtual, às 15h.
Durante a fala de Luan, desconexa e sem sentido, promotor e juíza perceberam o drama que ele vivia. "Ele contou que sofre de crise de ansiedade, tem dificuldade para dormir e para conseguir tratamento médico e psicológico", contou o promotor, destacando ainda a decisão da juíza, que se resolveu pela soltura devido à situação vivida pelo rapaz, que faz bicos de pedreiro.
Ainda de acordo com o promotor, ao saber que ganharia a liberdade, Luan pediu para continuar preso, para não perder o jantar, a partir das 18h, porque estava havia vários dias sem comer. "A pessoa abre mão da liberdade para estar presa para ter acesso aos direitos básicos, como alimentação e saúde", completou Luciano.
Luan saiu do presídio durante a noite, após se alimentar. A juíza ainda solicitou ao município que o encaminhe para tratamento médico.
Fonte:noticias.r7.com