Até as 11h, ainda havia policiais federais cumprindo mandados no ministério. Em nota, o MEC afirmou que recebeu a PF e que "continua colaborando com todas as instâncias de investigação que envolvem a gestão anterior da pasta".
"No sentido de esclarecer todas as questões, o MEC reforça que continua contribuindo com os órgãos de controle para que os fatos sejam esclarecidos com a maior brevidade possível. O MEC ressalta, ainda, que o Governo Federal não compactua com qualquer ato irregular e que continuará a colaborar com as investigações", pontuou.
Com base em documentos, depoimentos e relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), a PF identificou possíveis indícios de prática criminosa para a liberação de dinheiro público. Ribeiro foi preso por suspeita de prática dos crimes de corrupção passiva (2 a 12 anos de detenção), prevaricação (3 meses a 1 ano de reclusão), advocacia administrativa (1 a 3 meses de detenção) e tráfico de influência (2 a 5 anos de reclusão).
O advogado de Ribeiro, Daniel Bialski, informou que o ex-ministro "já assinou a procuração" e que está em busca das cópias do processo para poder fazer um habeas corpus. "Mesmo sem conhecer profundamente o caso, parece-me que essa prisão preventiva não possui contemporaneidade (os fatos ocorreram há muito tempo) e não haveria nem razão e/ou motivo concreto para essa custódia antecipada", defendeu, acrescentando que acompanhará Ribeiro na audiência de custódia designada.
A investigação apura a atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no MEC, também presos na operação da PF. Informações apontam que eles articulavam liberação de recursos do FNDE a municípios em troca de valores em dinheiro e até em ouro.
Ribeiro pediu demissão do ministério no final de março em meio à intensa pressão após ser revelada a existência de um "gabinete paralelo" dentro do MEC com os pastores. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo que, posteriormente, mostrou uma série de informações de prefeitos que apontavam que os pastores faziam pedidos em troca de apoio para a liberação de recursos.
Dias depois, a Folha de S.Paulo publicou um áudio no qual o ministro diz expressamente que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, prioriza o direcionamento de verbas a determinados municípios após solicitação do pastor Gilmar Santos.
Fonte: noticias.r7.com