A decisão foi proferida, na última sexta-feira (5), pela juíza Camila Afonso de Novoa Cavalcanti, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. A sentença aponta que a conduta da organização viola a legislação por promover discriminação por opinião política.
Brunna atuava como supervisora de cadastro e foi demitida sem justa causa. A empresa nega que a motivação seja política e ainda pode recorrer da decisão. O valor da indenização soma os seguintes valores:
• Aviso prévio indenizado;
• Saldo salário de outubro de 2021;
• 13º salários entre 2018 e 2021;
• Férias;
• FGTS;
• Indenização por dispensa discriminatória e danos morais pela medida;
• Danos morais por transporte indevido de valores.
Ao jornal O Globo, a moradora do Macapá (AP), disse que um "misto de indignação, tristeza e decepção" fizeram com que ela recorresse à Justiça. “Eu não queria chegar a esse extremo. Não é fácil”, acrescentou.
Entenda o caso
No dia 8 de setembro de 2021, Brunna deu sua opinião sobre as manifestações feitas por apoiadores de Bolsonaro no Dia da Independência. "Sou completamente contra esse desgoverno e esse ser humano horroroso, corrupto, mal caráter, fascista, nazista, imbecil, incapaz e medíocre", disse nas redes sociais.
Entretanto, seu pai, que também era seu patrão, não gostou do comentário e enviou um áudio pelo WhatsApp à filha. "Bom dia, Brunna. Antes de ter as suas exposições de ira e deboche em suas posições políticas, lembre em respeitar quem está do outro lado, não se esqueça que eu tenho posições antagônicas".
A tatuadora explicou ao portal que, antes da postagem, ela já havia se desentendido com o pai pelo mesmo motivo. Ao dizer que o Brasil retornou ao mapa da fome no governo Bolsonaro, Brunna teria recebido uma série de agressões verbais, como ser chamada de ‘esquerdopata’ e ‘petralha’. Desde então, eles evitavam tais assuntos.
“Eu acho que [a indenização] repara o dano. Ele me mandou áudios absurdos, me humilhando, falando coisas pesadas. Eu não poderia aceitar. Ele queria me chantagear com o emprego que eu tinha: 'Ou você apaga agora, ou você sabe que posso te punir’”, disse.
Os áudios foram usados como prova na Justiça e apontados pela magistrada como um exemplo de como as opiniões da mulher suscitavam atritos entre os dois.
Fonte: br.financas.yahoo.com