“Se soubesse que o manifesto seria usado como instrumento político para fustigar o atual governo e apoiar um candidato de oposição, no caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eu não o teria assinado”, disse em entrevista à CNN.
“Se arrependimento matasse, vocês estariam encomendando a minha missa de sétimo dia”, acrescentou.
OPERAÇÃO CONTRA EMPRESÁRIOS
O ex-ministro do Supremo criticou a operação da Polícia Federal (PF) contra um grupo de empresários que teria defendido um golpe de estado em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro.
“Não vi com bons olhos o que ocorreu com os empresários. Havia como investigar sem atos tão violentos”, avaliou Marco Aurélio.
Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das milícias digitais. A ação ocorreu após o site Metrópoles divulgar os prints das conversas no WhatsApp que mostram os empresários, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), supostamente manifestando apoio ao golpe.
“Em direito penal, não se pune a simples cogitação [de um golpe]. Não temos o crime de opinião. Precisamos de temperança, de entendimento entre os poderes, cuidar das desigualdades que no país tanto nos envergonham.”
Segundo Marco Aurélio, cabia ao relator — Alexandre de Moraes — “ouvir o Ministério Público, ouvir o estado acusador. O Supremo é simplesmente estado julgador”.
ELEIÇÕES
O ex-ministro do STF afirmou que “o ex-presidente Lula foi ressuscitado politicamente pelo Supremo, fechando as portas para uma terceira via”.
“Como cidadão e eleitor, sou favorável a abrir-se o leque e ter-se vários candidatos para escolha pelos eleitores”, disse.
Questionado se aceitaria ser ministro da Justiça caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) o convidasse, Marco Aurélio afirmou que “jamais seria auxiliar do Presidente da República.”
Por Redação JuriNews