Questionado se a futura Esplanada dos Ministérios será diversa, o petista sinalizou positivamente. "Os companheiros que estão aqui são aptos, pessoas da mais extraordinária qualificação, para exercer a função que lhes foi delegada", disse.
"Vamos colocar muita gente para participar [do governo]. Vai ter mulher, homem, negro, índio, vamos montar um governo que seja a cara da sociedade em sua total plenitude. Não se preocupe com isso porque vamos montar [dessa forma]", acrescentou Lula.
O nome de quem comandaria o Ministério da Economia era um dos mais aguardados, especialmente pelo mercado, diante das declarações feitas por Lula em relação ao teto de gastos, regra que atrela o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior, e críticas à reforma trabalhista.
A pasta deve ser desmembrada em três: além de Fazenda, cujo titular será Haddad, serão recriados os Ministérios do Planejamento e Indústria, Comércio e Serviços. O ex-prefeito de São Paulo, inclusive, já se encontrou com o ministro Paulo Guedes (Economia) para discutir a continuidade de programas econômicos.
Quem são os ministros?
Neste ano, Haddad concorreu ao Governo de São Paulo, mas perdeu no segundo turno para Tarcísio de Freitas (Republicanos). Haddad já foi prefeito de São Paulo e ministro da Educação entre 2005 e 2012. Ele tem mestrado em economia e doutorado em direito.
Flávio Dino foi eleito senador pelo Maranhão neste ano. Formado em direito, foi governador do Maranhão entre 2015 e 2022. Antes disso, presidiu a Embratur de 2011 a 2014 e foi deputado federal entre 2007 e 2011. Por 12 anos, de 1994 a 2006, foi juiz federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Governador da Bahia desde 2015, Rui Costa foi escolhido para a Casa Civil. Além da passagem pelo governo baiano, ele já foi deputado federal, secretário da Casa Civil e de Relações Institucionais da Bahia e vereador de Salvador.
Para o Ministério das Relações Exteriores, Lula nomeou Mauro Vieira. Diplomata de carreira, ele esteve à frente do Palácio Itamaraty entre 2015 e 2016. Atualmente, é embaixador do Brasil na Croácia.
Anúncio antecipado
O anúncio dos futuros ministros ocorre antes do prazo previsto por Lula. O presidente eleito havia declarado que anunciaria os nomes apenas após a diplomação, marcada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para segunda-feira (12). No entanto, segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, há "muita especulação", motivo pelo qual adiantaram alguns anúncios.
Somente futuros ministros "com quem ele já falou mais e já conversou" entraram na lista de nomes anunciados nesta sexta-feira. A presidente do PT não está cotada, como declarou Lula na semana passada. A parlamentar vai continuar na presidência do partido.
Defesa e Forças Armadas
Repetindo a fórmula de seus governos anteriores, o presidente eleito anunciou que o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro, um civil, vai comandar o Ministério da Defesa a partir de janeiro de 2023.
Múcio também foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais entre 2007 e 2009, durante o segundo mandato de Lula na Presidência da República. Também foi deputado federal por Pernambuco por cinco mandatos, de 1991 a 2007.
Como mostrou a colunista do R7 e apresentadora da Record TV Christina Lemos, a escolha de Múcio busca "retomar a institucionalidade nas relações" com os militares, segundo uma fonte próxima a ambos.
Lula havia sinalizado anteriormente que os comandantes das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – seriam os oficiais mais antigos de cada Força, como prevê a tradição militar. São cotados o general Julio Cesar de Arruda para o Exército; o almirante Renato Rodrigues Aguiar Freire, na Marinha, e o brigadeiro Marcelo Damasceno, na Aeronáutica. O presidente eleito vai se reunir, na tarde desta sexta-feira (9), com José Múcio para debater os nomes.
Fonte: noticias.r7.com