“(O governo que está saindo) não teve coragem e mandou a Medida Provisória agora acabando com a desoneração do óleo diesel, da gasolina e do gás. Ou seja, exatamente faltando dois dias para ir embora, ele faz essa medida, quem sabe na perspectiva de achar que o povo vai colocar nas nossas costas isso”, disse Lula.
O presidente eleito defendeu ainda a tese de que a diminuição do preço do combustível não precisava se dar por meio de mudanças no ICMS: “A gente podia mexer com outra coisa, bastasse que a mesma mão que assinou o aumento assinasse a diminuição do aumento”, disse, falando que isso “vai acontecer a partir do momento que a gente montar também a diretoria da Petrobras“.
As declarações de Lula, no entanto, contradizem o que o seu futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista na terça-feira 27. Haddad afirmou que pediu ao atual ministro da Economia, Paulo Guedes, para não prolongar a desoneração para não impactar nas contas públicas do ano que vem.
“O pedido que fiz ao ministro Paulo Guedes, por telefone, foi que eu e o presidente Lula entendemos que o governo atual deveria se abster de medidas que fossem impactar o custo dos acontecimento para o futuro”, disse Haddad na ocasião. “Ele respondeu afirmativamente que, nesta semana, ia recomendar à equipe que não tomasse nenhuma medida que impactasse o futuro.”
Por Luisa Purchio
Fonte: veja.abril.com.br