Colegas de Moraes no próprio STF afirmam que o ministro tem deixado claro, em conversas nos bastidores, que considera Salomão o nome “mais preparado” para ocupar o posto de Ricardo Lewandowski, que se aposenta em maio. Os dois se aproximaram nos anos em que atuaram como colegas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na corte eleitoral, Salomão e Moraes construíram juntos teses que hoje podem embasar ações com potencial de tornar Jair Bolsonaro inelegível.
Entre esses julgamentos está o que cassou o ex-deputado estadual Fernando Francischini por propagar fake news contra as urnas. Outro caso foi o que concluiu que ficou comprovada a existência de um esquema ilícito para propagar notícias falsas em 2018 com o intuito de beneficiar Bolsonaro na eleição. O TSE avaliou, porém, que não ficou demonstrada gravidade suficiente para cassar a chapa. Em ambos os casos, Salomão foi o relator e exercia o cargo de corregedor-geral eleitoral.
Atualmente, Salomão é corregedor nacional de Justiça no biênio 2022-2024. Ele desponta como um dos principais articuladores do meio judiciário e tem bom trânsito entre políticos. O magistrado demonstrou força no ano passado, ao conseguir colocar seu candidato, o desembargador Messod Azulay, do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF-2), como o mais votados na lista quádrupla para integrar o STJ. Em novembro, o então presidente Bolsonaro nomeou Azulay para a corte.
Apesar de ter um padrinho de peso e de ser bem visto no STF, Salomão não é consenso na corte. Outros magistrados que serão ouvidos por Lula no processo de escolha, como Lewandowski, mostram preferência por outros nomes.
Por Bela Megale
Fonte: oglobo.globo.com