O que dizem as postagens?
• "Homem que aparece quebrando relógio com camisa de Bolsonaro é integrante do MST", diz a legenda de uma publicação no Instagram. Na foto, uma montagem que traz lado a lado o rosto do criminoso e o de um homem que, de fato, é militante do MST;
• No Facebook, um homem questiona por que o criminoso, que está vestido com uma camisa estampada com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda não havia sido preso e, ao final do vídeo, aparece a montagem falsa. O autor da mentira diz: "Por que o nosso excelentíssimo ministro Alexandre de Moraes não mandou prender ele ainda? Será que ele tem bastante coisa pra falar? Será que se a Polícia Federal investigar as contas dele, as contas dos parentes ou dos amigos próximos vão achar algum [inaudível], alguma transferência?".
O MST do Paraná divulgou um comunicado em que esclarece que o homem que destruiu o relógio dado por Dom João VI não é integrante do grupo.
É uma montagem grosseira, que mostra, mais uma vez, a utilização da mentira como uma das principais armas da extrema-direita brasileira. Neste caso, a tentativa é de ofuscar a gravidade dos crimes absurdos de invasão e depredação do Palácio da República, da sede do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional - Comunicado do MST-PR
A nota informa que o jovem que aparece na montagem com a camisa do movimento é militante do movimento, estudante, e mora com a família em um acampamento. "Não divulgaremos seu nome ou local de moradia para evitar uma exposição e um risco ainda maior a sua imagem", diz o comunicado.
O MST-PR afirma que acionará a Justiça contra os responsáveis pelo conteúdo falso.
Criminoso já foi preso
O homem que aparece em imagens destruindo o relógio foi identificado como Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos. Ele foi detido em Uberlândia (MG), ontem (23), por agentes da Polícia Federal de Goiás.
A PF ainda não informou as circunstâncias da prisão — nem de quais os crimes que ele poderá ser acusado. O processo corre em sigilo. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Ferreira já respondeu a outros dois processos na Justiça: por ameaça, em 2014, e por tráfico de drogas, em 2017. Segundo a Polícia Civil de Goiás, os casos estão arquivados, pois Antônio Ferreira já cumpriu as sentenças.
Compartilhada no Instagram na última quinta-feira (19), a publicação falsa registra 19,9 mil curtidas e 2,160 comentários. Já o conteúdo mentiroso publicado no Facebook no sábado (21) tem 4,4 mil compartilhamentos, 3,7 mil curtidas e 834 comentários.
Fonte: noticias.uol.com.br