Em um documento escrito a mão e anexado pela defesa no auto de prisão, a psicóloga Aline Spindola Cavalcante, da Multiclínica Camocim, escreveu que Dourado apresentava sintomas como insônia, desânimo, dificuldade de concentração e instabilidade emocional.
“Necessitando de 15 dias de descanso. Necessitando de afastamento dos serviços laborais por 15 dias iniciando hoje”, escreveu a psicóloga.
Policiais foram mortos dentro de delegacia no Ceará / ReproduçãoAntônio Alves Dourado é suspeito de matar quatro colegas em delegacia do Ceará / Arquivo pessoalPolicial planejou um botijão de gás para matar companheiros em delegacia do Ceará / Arquivo pessoalEm outro laudo, de 4 de junho do ano passado, a psicóloga Cicera Eliene Monçao de Araujo relatou que não houve contribuição suficiente por parte de Dourado no tratamento.
“Recomenda-se que possa haver amparo jurídico necessário, no intuito de solucionar e preservar a integridade física e psicológica do envolvido”, escreveu a psicóloga no texto do relatório.
Chacina na delegacia
Dourado chegou na delegacia de moto por volta das 4:50 da madrugada de domingo (14/5) e entrou pelos fundos, onde tem um terreno baldio. Ele tinha as chaves da delegacia e não teve nenhum impedimento para entrar no imóvel.
O autor do atentado foi então até o alojamento dos policiais, onde assassinou a tiros os escrivães Antonio José Rodrigues Miranda, de 43 anos, Francisco dos Santos Pereira, de 47 anos, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira, de 36. Dois deles dormiam na rede no momento em que foram mortos.
De acordo com o relatório de local do crime, o escrivão Antônio Cláudio dos Santos, de 46 anos, tentou fugir pulando da varanda da delegacia, mas foi atingido por disparos nas costas e morreu. Antônio Cláudio quebrou o braço ao pular da varanda e, por isso, não teve chance de se defender, segundo o relatório.
Após matar os quatro colegas, Dourado fugiu em uma viatura preta de pneu furado, segundo testemunhas. Ele voltou para a sua residência, onde se entregou para policiais militares. O próprio autor do atentado se algemou antes de se entregar.
O autor da chacina foi levado para a Penitenciária Industrial de Sobral, mas a defesa quer que ele seja transferido para o presídio da PM, que seria mais adequado e onde ele poderia dar continuidade ao tratamento psiquiátrico que estaria fazendo. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do inspetor.
Por Thalys Alcântara
Fonte: metropoles.com