Ela chegou à unidade de saúde no sábado (29/4), para investigar sintomas de um câncer. Nakwatcha é acompanhada pelos dois sobrinhos, que são intérpretes e acompanham de perto os cuidados com a anciã.
Conforme a saúde estadual, todo o tratamento da indígena foi adaptado de acordo com as necessidades biológicas dela, mas principalmente, culturais. Uma das adaptações que chamam a atenção é a mudança no quarto da paciente. Ela estava inicialmente apática na cama do hospital, mas uma rede foi instalada, após avaliação da equipe multidisciplinar, o que trouxe mais conforto e tranquilidade.
O diretor assistencial do HCN, João Batista Cunha, relata que antes da mudança ela não estava reagindo bem ao ambiente. “Ela não falava nada, parecia irritada e estava apática na cama, mas se sentiu mais à vontade ao mudar da cama para a rede. Depois que foi pra rede falou com o cacique, foi ao banheiro com ajuda e se acomodou na rede novamente”, destacou.
Segundo ele, outras adaptações foram feitas, como o acesso da família e a alimentação. Até a possibilidade de fazer uma pequena fogueira no lado externo do hospital está sendo avaliada, pois essa seria uma forma de falar com os ancestrais, segundo a cultura Avá. A equipe também fica atenta para não tocar no cajado da paciente, pois não é permitido.
Estado de saúde
Ainda de acordo com a unidade de saúde, Nakwatcha segue internada, continua em avaliação e realiza exames necessários para o diagnóstico e continuidade dos protocolos requeridos em seu caso.
Segundo a saúde, o acolhimento humanizado, com as adequações necessárias para a sua internação, bem como a utilização de uma abordagem clínica e profissional mediada interculturalmente, respeitando e inserindo no cuidado em saúde os valores e costumes de seu povo demonstram a responsabilidade da gestão em saúde do Estado ao promover o acesso dessas populações nos serviços do SUS.
Fonte: metropoles.com