Os escolhidos eram os preferidos do presidente da Corte Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. As mulheres da lista, as advogadas Daniela Borges e Edilêne Lobo, foram desconsideradas pelo governo.
A decisão de Lula foi anunciada por Moraes no fim da sessão de quarta-feira. O ministro agradeceu ao presidente pela “celeridade na nomeação”.
Tavares e Floriano vão substituir os ex-ministros Sérgio Banhos e Carlos Horbach, que deixaram a Corte Eleitoral na semana passada. Ambos pertenciam à cota do TSE destinada a membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A mudança na composição do TSE, que costumava ocorrer sem sobressaltos, movimentou os bastidores de Brasília e vinha sendo tratada como prioridade por Moraes. Um dos julgamentos que mais preocupa o ministro é o da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. O caso está há semanas pronto para ser analisado, mas ele queria esperar a definição sobre a nova composição. Agora, o processo deve em breve ser incluído na pauta.
Na semana passada, Moraes enviou à presidente do STF, ministra Rosa Weber, um ofício para informar que as vagas estavam abertas. Ao contrário de seus antecessores, que já anexavam sugestões de nomes, Moraes não fez indicações formais. Porém, atuou nos bastidores para emplacar seus preferidos.
Floriano, que de fato acabou nomeado, é um deles. Professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), é amigo de longa data do ministro. Já Tavares, que também conta com a simpatia de Moraes, era um nome mais natural — ele já era ministro substituto e foi apenas alçado a titular.
Lula deixou de fora as duas mulheres da lista — uma, inclusive, com histórico de consultorias jurídicas prestadas ao PT. Edilene era o nome favorito da presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Já Daniela tinha apoio da ministra Cármen Lúcia.
O TSE é formado por sete ministros titulares — três oriundos do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça e dois da OAB — e sete substitutos. Nesta quinta, a Corte Eleitoral vai oficializar Nunes Marques como ministro efetivo e eleger Cármen como vice-presidente, no lugar de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril.
Por Luísa Martins
Fonte: valor.globo.com