As mulheres são a comerciante Taís Fraga e sua sogra. De acordo com comerciante, ela, suas duas filhas, e sua sogra foram impedidas de entrar no carro por estarem com roupas do candomblé, em um episódio de preconceito religioso. Um vídeo mostra o momento em que o carro se afasta, para a revolta das passageiras.
“Expus a minha família na televisão e espero que isso não seja em vão. A gente precisa sim, lutar pelos nossos direitos. Zero preconceito e intolerância. Peço que as pessoas tenham respeito. As minhas filhas estão bem abaladas e triste, assim como eu. Estou tentando, mas vamos conseguir”, diz Taís.
“Naquele dia, estamos indo pra uma festividade a Ogum, São Jorge na Igreja Católica. Se ele me pedisse desculpas, eu aceitaria. Ele pode ter errado, como errou. Mas, eu aceitaria as desculpas. Ele falou que não levaria a gente e não levou. Ele viu a minha sogra, mas quando nós viu se negou. Ele não falou sobre a religião. Mas, estava explícito. Isso só me fortaleceu mais ainda. Eu sempre fui em vários locais. Nunca aconteceu. Mas, isso me fortaleceu e vai fortalecer a gente mais ainda. Quem está passando por algum problema, venham aqui e denuncie”, acrescenta.
Taís registrou ocorrência na 59ª DP, em Duque de Caxias, mas o caso foi transferido para a especializada em crimes de intolerância.
A Decradi tenta identificar o condutor do veículo. Por isso, a especializada vai intimar a Uber para que a empresa de aplicativo informe a identificação do condutor.
Taís Fraga (meio) a sogra (direita) estiveram na Decredi, acompanhadas do advogado — Foto: Rafael Nascimento/g1“Identificamos a placa e o motorista. Ele será intimado a prestar depoimento na próxima semana. O percurso seria de 5 minutos, não seria area de risco e o motorista poderia levar cinco pessoas. Elas alegam que foi intolerância. Vamos íntima-ló para saber a versão dele. A gente analisa a situação, o comportamento e o conjunto probatorio", disse Rita Salim, delegada da Decradi.
“O depoimento prestado na 59ª DP foi transferido para a Decradi. A Vera e a Tais estiveram aqui pra ratificar o depoimento. E no mais, é o que vocês já viram na imagem. A real intolerância religiosa que aconteceu. Em 2023, as pessoas precisam entender as religiões. Os mês direitos que a pessoa tem de seguir o catolicismo, tem do candomblé. O evento em si, como as imagens mostram, possivelmente no momento adequado, futuramente será avaliado a ser levado para o estado civil. É importante dar relevância a essa divulgação, pois as pessoas precisam de liberdade. O cidadão no Brasil está desassistido”, disse Wanderlei Guedes da Rocha, advogado da família.
Motorista de aplicativo se recusa a levar família com trajes religiosos para terreiro
Por Rafael Nascimento, g1 Rio
Fonte: g1
NOTA
A Uber não tolera qualquer forma de discriminação. Em casos dessa natureza, a empresa encoraja a denúncia tanto pelo próprio aplicativo quanto às autoridades competentes e se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. A conta do motorista parceiro já foi temporariamente desativada, enquanto aguardamos pelas apurações.
A Uber busca oferecer opções de mobilidade eficientes e acessíveis a todos. A empresa reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o app.