As postagens foram feitas no Instagram, mas ganharam grande repercussão após a exposição do caso no Twitter. O rapaz, que se refere ao Movimento LGBTQIAP+ como “gayzista”, fez críticas às pessoas homossexuais.
A informação é do portal G1. De acordo com a delegada Carolina Neves, do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), o inquérito policial foi enviado para análise do Ministério Público de Goiás (MPGO) e Poder Judiciário.
Ainda de acordo com a investigadora, caso condenado, o estudante pode pegar de 2 a 5 anos de prisão.
O aluno reclama que o Instagram apagou as publicações - Reprodução/Redes sociaisO estudante faz comparações entre o movimento LGBTQIAP+ e pedofilia - Reprodução/Redes sociais
O jovem chama o movimento de "gayzista" - Reprodução/Redes sociais
“Movimento gayzista”
O caso, revelado pelo Metrópoles, ocorreu em março deste ano. “A partir do movimento gayzista e sua defesa pela liberdade de ser e viver como quiser, o que impediria um p3dofil0 de defender que sua forma de viver é uma opção a ser respeitada? (sic)”, questionou o estudante.
Na sequência de publicações, João diz que o movimento LGBTQIAP+ valida todas as formas de sexualidade e, a partir disso, faz a comparação.
“Afinal, já que tudo pode ser aceito, e todos têm que respeitar a sua forma de viver escolhida, por qual motivo o movimento LGBTQIA- seria contra a pedofilia? O problema aqui não é ser boiola, como já falamos no início, mas as graves consequências de defender os princípios desse movimento que podem causa um grande mal”, escreveu o estudante.
Também por meio das redes, o estudante informou que as publicações foram excluídas pela própria plataforma do Instagram. “Tomei uma ré do Instagram. Derrubaram a sequência, fica para outro momento e ambiente”, disse.
Os perfis do estudante nas redes sociais não estão mais disponíveis.
Repúdio
À época, por meio de nota, a UFG informou que recebeu denúncias sobre o caso, e a equipe da Ouvidoria da UFG trabalhava para os devidos encaminhamentos e providências. Além disso, a universidade declarou que repudia toda forma de mensagens e ações de teor homofóbico, transfóbico, racista, misógino, de assédio moral, sexual ou quaisquer outros constrangimentos à dignidade humana.
A Faculdade de Medicina da UFG também publicou uma nota de repúdio sobre as publicações de cunho homofóbicas emitidas por um aluno. A instituição reforçou que não compactua com tais discursos e posições.
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas de Goiânia (SMDHPA) denunciou o caso à Polícia Civil. Em nota, a titular da pasta, Cida Garcêz, avaliou que as declarações de querer associar crimes como de pedofilia a homossexuais é de uma “perversidade advinda de quem tem acesso ao conhecimento”.
“Não estamos falando aqui de tolher a liberdade de expressão do cidadão e, sim, de combate a preconceitos por meio de famigeradas fake news, como a criada pelo estudante”, escreveu a secretária.
Por Laura Braga
Fonte: metropoles.com