O caso aconteceu na região de Trentino, nos Alpes italianos, em 5 de abril. A ursa de 17 anos é suspeita de matar Andrea Papi, homem de 36 anos que corria por uma trilha nas montanhas perto de sua casa.
O presidente da província de Trentino, Maurizio Fugatti, advogou pelo abatimento da ursa, enquanto ativistas pediam sua libertação, em um caso que vem gerando polêmica e dividindo opiniões na Itália. Ativistas chegaram a apontar que a ursa nem havia atacado Papi, justificando com exames que sugeriam que o animal autor do ataque seria um macho.
O conselho de estado, órgão que supervisiona o poder público na Itália, determinou que, embora a ursa deva ser mantida em cativeiro para preservar a população de novos ataques, a ordem de abate foi "desproporcional" e desnecessária.
Segundo o The Guardian, a área ao redor da cidade de Trento foi repovoada com ursos desde 1999 em um programa financiado pela União Europeia, e teve ataques nos últimos anos. Mas os casos levantaram um debate obre a viabilidade da coexistência entre seres humanos e esses animais em regiões próximas. A própria JJ4 já havia sido acusada de ataques a outras duas pessoas.
O grupo em defesa dos direitos dos animais chamado LAV comemorou a decisão judicial e disse que é importante garantir um futuro seguro para a ursa. Eles querem a transferência de JJ4, que pode deixar três filhotes órfãos se for de fato abatida, para um refúgio para animais na Romênia, inclusive se oferecendo para pagar pelo transporte.
“O que ainda temos que esperar para poder transferi-la para o abrigo na Romênia? Agora que até o mais alto nível de julgamento decidiu salvar a vida de JJ4, Fugatti não tem mais justificativas”, comentou o porta-voz da organização, Massimo Vitturi.
A história, no entanto, ainda não teve um final definitivo. O conselho de estado pediu uma revisão do caso e uma avaliação do pedido de transferência da ursa para a Romênia.
Por Rafael Faustino, para o Um Só Planeta
Fonte: umsoplaneta.globo.com