O advogado Marcelo Chaves falou ainda ao portal em "condenação antecipada" do cliente, que foi afastado das funções após o início das investigações sobre assédio.
"Vivemos em um país democrático, temos os princípios constitucionais de ampla defesa, de contraditório e especialmente da presunção de inocência, que estão sendo violados. [...] Nossa manifestação após longo silêncio é porque essa condenação antecipada pode ter consequências irreversíveis para todos os envolvidos, inclusive para os familiares da Rafaela", alegou a defesa do policial.
A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais investiga ainda se Rafaela cometeu suicídio devido às perseguições e humilhações que teria sofrido na delegacia de Carandaí, onde trabalhava com o suspeito, que era investigador.
Defesa assume que voz ouvida no vídeo é de Celso
Apesar de falar em "condenação antecipada", a defesa de Celso Andrade assume que a voz ouvida no vídeo gravado por Rafaela é mesmo de seu cliente. "O vídeo começa quando Celso reage, quando ele começa a discutir com a Rafaela. É uma discussão, mas o primeiro momento dessa discussão não foi gravado", argumentou o advogado.
No vídeo, Rafaela aparece falando com um homem que, em determinado momento, chama a mulher de "piranha".
‘Contextos diferentes’
Além disso, Chaves disse ao G1 que, nos áudios enviados pela vítima a amigos, em que relata episódios de assédio sexual e machismo sofridos por ela, não é citado nenhum nome.
Ele também alegou que, em um dos áudios, Rafaela descreveu que a tentativa de agressão sofrida por ela aconteceu em uma confraternização, enquanto o vídeo foi gravado dentro da delegacia. "Ambientes diferentes", disse o advogado.
Por enquanto, não há novidade sobre a investigação feita pela Polícia Civil sobre o caso, que segue em sigilo.
Relembre o caso
Rafaela Drummond foi encontrada morta em casa, na cidade de Antônio Carlos, em Minas Gerais, em junho. O caso foi registrado, inicialmente, como suicídio. No entanto, uma investigação foi aberta devido às denúncias de assédio moral e sexual protocoladas pela própria escrivã, além de pressão psicológica devido à sobrecarga de trabalho.
Além disso, vazaram áudios em que a vítima detalhava situações de violência psicológica e perseguição na delegacia em que trabalhava.
Fonte: diariodonordeste.verdesmares.com.br