Imagens de câmeras de segurança, obtidas pelo Metrópoles (veja abaixo), flagraram parte da ocorrência. A gravação mostra a agressora aparentemente irritada após uma das vítimas de racismo passar pela sua mesa.
Um homem, supostamente parceiro da suspeita, tenta acalmá-la. A agressora, no entanto, se recusa a deixar o local e o rapaz sai da mesa. Em seguida, ela aponta para as vítimas, que estavam em um grupo nos fundos do bar, e gesticula como um macaco.
O caso aconteceu por volta das 21h30 de sábado (8/7). Uma das vítimas vai tirar satisfação e há um princípio de confusão na sequência. A situação é contida por funcionários do estabelecimento.
Racismo
A suspeita não foi identificada. Já o grupo das vítimas era formado por três irmãs, além do marido, que é branco, e do filho de uma delas. Um boletim de ocorrência eletrônico de injúria racial foi registrado horas após o episódio
Segundo as vítimas, o grupo foi ao shopping para se divertir em família no fim de semana. “Perdemos nosso pai recentemente e decidimos sair para dançar um pouquinho, espairecer a cabeça, porque ele queria ver a gente feliz”, diz um das vítimas.
De acordo com seu relato, as agressões começaram ainda antes das imagens registradas pelo circuito de câmeras. “Do nada, a primeira coisa que ela fez foi tocar no meu ombro e dizer: ‘Vocês são lindas e corajosas’. Eu não entendi muito bem”, afirma.
Em outro momento, a suspeita teria abordado o homem branco do grupo e perguntado o que ele estava fazendo “no meio de negras”.
Para a vítima, a agressora teria sido racista para forçá-las a deixar o local. “Ela pensou que a gente ia pegar a bolsa e ir embora, mas nós ficamos e ignoramos. Até ela começar a imitar um macaco e apontar para a gente”, diz.
A sua irmã, que também foi ofendida, estava com o marido e o filho.
“Nós estávamos ali honestamente, depois de um dia de trabalho, só querendo curtir o momento. E aquilo incomodou ela”, afirma.
O advogado José Luiz de Oliveira Junior, que representa as vítimas, afirma que a família foi “discriminada”. “Isso não ficará impune, buscaremos responsabilizar todos os envolvidos”, diz.
O Metrópoles não localizou a suspeita, motivo pelo qual sua imagem foi borrada no vídeo. O espaço segue aberto para manifestação.
Em nota, o shopping The Square afirma que “não compactua e repudia qualquer ato discriminatório”. “Sobre o fato lamentável que ocorreu entre clientes, as imagens obtidas ficarão disponíveis para as autoridades competentes apurarem”.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) também foi procurada e não retornou.
Por Felipe Resk
Fonte: metropoles.com