Questionado pelo Portal
@amoDireito
sobre o que o levou a tomar a decisão de orar com o réu naquele momento
específico, João Ricardo Batista respondeu:
“Mesmo o fato sendo terrível, entendo que todos merecem defesa, sobretudo
defesa de direitos que possuem. Eu nunca defendi ninguém! Sim, eu apenas
defendo direitos que réus possuem, independente da gravidade dos mais
bárbaros atos eventualmente cometidos pelos réus. Os direitos devem sempre
ser observados, independentemente de quem sejam seus titulares e se nós
temos apreço ou repúdio por eles”.
Sobre o caso
Jonhnatan Santos Carvalho é julgado pelo suposto homicídio qualificado de MSS, ocorrido em 19 de setembro de 2021, e tramita na 1ª vara criminal da comarca de Palmas/TO. Segundo a acusação, o crime foi cometido por motivo fútil e caracterizado como feminicídio, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. O incidente teria ocorrido em um motel, onde, após manter relações sexuais com a vítima, Carvalho teria sido instruído por ela a deixar o local para que outro homem chegasse. A acusação alega que Carvalho estrangulou MSS com uma toalha e a fez ingerir soda cáustica antes de sua morte.
A defesa, composta pelos advogados João Ricardo Batista, Livia Machado, Patrícia Britto e Priscila de Paula, não busca a absolvição de Carvalho. Em vez disso, argumenta por uma redução de pena com base no domínio de violenta emoção após uma suposta provocação injusta da vítima e pede o afastamento de algumas das qualificadoras.
O vídeo que circula nas redes, e que pode ser conferido abertamente em seu perfil do Instagram, mostra o momento imediatamente antes do interrogatório do réu, onde o Dr. João Ricardo Batista é visto finalizando as últimas palavras com o réu, seguido de uma oração.
Sobre o ato de fé, o advogado deixou a seguinte mensagem no vídeo:
“Uma oração com o acusado nos últimos instantes antes do interrogatório é crucial, pois o réu SEMPRE está muito nervoso, ansioso e com medo. A oração é um ato de entrega, perdão e, sobretudo, arrependimento. O que o judiciário busca senão restabelecer o réu no que é justo? Já ouvi mais de uma vez do réu que o que o fez voltar para o caminho do bem não foi a cadeia, mas esse momento sublime de conciliação com Deus nessa oração. O réu que estava aflito entra para o seu interrogatório em paz com o ÚNICO que tem legitimidade para julgá-lo: DEUS.”