T0rtur4 com s&x0 oral: GCM foragido ameaçou m4t4r colegas de farda

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Via @metropoles | Cinco guardas civis municipais (GCMs) de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, confessaram à Polícia Civil terem presenciado a sessão de tortura promovida pelo ex-subcomandante da guarda Emanuel Formagio, de 43 anos, na qual ele obrigou um jovem a fazer sexo oral no amigo, em maio deste ano.

Formagio é o único envolvido no caso que segue foragido, há exatos 42 dias.

Em depoimentos anteriores, os cinco guardas, presos a pedido da polícia, negavam qualquer conhecimento sobre o caso. Porém, em nova oitiva, eles acabaram admitindo a ocorrência.

“Eles confessaram que não participaram diretamente [da tortura], mas foram ameaçados de morte pelo Formagio caso falassem sobre. Mas, por fim, eles contaram tudo”, afirmou ao Metrópoles, nesta quinta-feira (21/9), o delegado Luís Hellmeister, que investiga o caso.

Para o policial, o caso “está redondo”, ou seja, com a investigação concluída; resta apenas a prisão de Formagio. “Infelizmente, esse caso todo é uma tristeza”, acrescentou. Em entrevista anterior, Hellmeister afirmou jamais ter visto um “um absurdo como este“, em seus 47 anos de Polícia Civil.

Divulgação/Prefeitura de Itapecerica da SerraEm foto colorida GCM fardado usa máscara cirúrgica presa em frente a banner da corporação - Metrópoles

Formagio em foto tirada em 2021, quando era subcomandante da GCM de Itapecerica da Serra

Defesa e prefeitura

A reportagem procurou, sem sucesso, as defesas dos guardas Gabriel Marques de Souza, 28 anos; Maurício Santos Silva, 37; Washington Maximiano de Araújo, 33; Jhonatas Santos do Amaral, 33; e Ivan Carneiro da Silva, 51. O espaço segue aberto para manifestações.

O secretário da Segurança da cidade, Luiz Gustavo Lacerda Mariani, foi procurado para comentar eventuais medidas tomadas contra os GCMs envolvidos no caso. Ele não se manifestou.

A Prefeitura de Itapecerica da Serra também não se posicionou nesta quinta-feira. Na ocasião do crime, o governo municipal afirmou que a Corregedoria da GCM havia protocolado um pedido de acesso ao Inquérito Policial “para tomar as medidas administrativas cabíveis”.

GCM foragido

Antes de ter a prisão decretada pela Justiça, em 10 de agosto, Emanuel Formagio era integrante da Romucam (Ronda com Motos).

Os outros cinco GCMs, que presenciaram a sessão de tortura, foram presos em 15 de agosto, mediante o cumprimento de mandados de prisão. A abordagem ocorreu no fim da tarde de 7 de maio, na Rua Benedito Pereira Rodrigues, em Itapecerica da Serra, quando os jovens empinavam motos pela via. Parte da violência foi registrada por familiares das vítimas (assista abaixo).

O Metrópoles apurou que somente um dos rapazes realizou o sexo oral, sob ameaça, em um amigo. A violência foi interrompida com a chegada de familiares no local da abordagem. Desde a tortura, a vítima teria tentado se suicidar, por causa do trauma gerado pela ação dos guardas.

Inocentes mortos e feridos

Além da ocorrência de tortura, o GCM foragido da Justiça já se envolveu em ao menos dois casos, entre 2019 e 2020, nos quais inocentes morreram ou ficaram feridos.

Em 15 de setembro de 2020, Formagio fazia patrulhamento em Itapecerica da Serra quando se deparou com uma moto, supostamente ocupada por dois criminosos.

Após a ordem de parada, a dupla teria iniciado uma fuga e foi perseguida pelo GCM até a zona sul da capital paulista.

Houve troca de tiros, segundo registros da Polícia Civil, dos quais ao menos um atingiu um pedestre, de 25 anos, que passava pela Estrada do M’Boi Mirim.

A vítima foi encaminhada para o Pronto Socorro Jacira, sem gravidade, e a dupla de bandidos fugiu.

No ano anterior, Formagio estava de folga com um amigo, também GCM, além das respectivas namoradas, em um posto de combustíveis em Itaquaquecetuba, região metropolitana.

Era outubro, e dois criminosos anunciaram um assalto, às margens do km 37 da Rodovia Ayrton Senna, sentido capital paulista.

Os dois guardas reagiram sacando suas armas e trocaram tiros com os criminosos. A namorada de Formagio e dois ambulantes, todos inocentes, acabaram morrendo após serem feridos por balas perdidas.

O processo de Formagio foi arquivado.

Por Alfredo Henrique
Fonte: metropoles.com

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