Caso Abin: PF prende dois servidores em operação, e Moraes afasta integrante da cúpula da agência

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Via @jornaloglobo | O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento de cinco servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), entre eles um integrante da cúpula da agência, pelo uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. O magistrado também determinou a prisão de dois servidores, que foi realizada nesta sexta-feira pela Polícia Federal pela operação Ultima Milha.

Além do uso indevido do sistema, dois desses servidores também são investigados pela PF por coerção indireta dentro da agência, para evitarem a demissão na agência. A dupla passava por um processo administrativo disciplinar.

Conforme O GLOBO revelou em março, os dados são coletados por meio da troca de informações entre os celulares e antenas para conseguir identificar o último local conhecido da pessoa que porta o aparelho. O sistema foi utilizado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o diretor da agência era Alexandre Ramagem.

A PF pontua que o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. “A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, informou, em nota.

Segundo a colunista Malu Gaspar, do GLOBO, jornalistas, advogados, políticos e adversários do governo de Jair Bolsonaro (PL) estão entre as pessoas que foram monitoradas ilegalmente por um grupo de agentes da Abin, na gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem.

Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Até o momento, a Polícia Federal já apreendeu cerca de US$ 150 mil em endereços de investigados pela operação.

Por Paolla Serra — Brasília
Fonte: oglobo.globo.com

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