Ainda nesta segunda-feira, a Polícia Civil deflagrou uma operação para prender o ex-senador. No entanto, ele não foi localizado. Veja detalhes mais abaixo.
De acordo com as investigações, Mota é suspeito de ter encomendado a morte de Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos. Ela foi assassinada com um tiro na cabeça em 29 de setembro, em Boa Vista.
Além disso, segundo a polícia, a filha do ex-senador o acusou de estupro, em 2022. À época, Mota negou as acusações.
Até a publicação desta reportagem a polícia não havia dado mais detalhes sobre a prisão do ex-senador.
Ex-senador Telmário Mota foi preso em Goiás — Foto: Polícia Militar de GoiásOperação
A operação da Polícia Civil para prender Telmário Mota foi feita durante a manhã de segunda-feira. A Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o ex-senador.
Apesar de não terem encontrado o político, os policiais cumpriram outras ordens de busca e apreensão e de prisão contra pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato de Antônia.
Entre os alvos de mandados de prisão estava Harrison Nei Correa Mota, conhecido como "Ney Mentira". Ele é sobrinho do senador.
A polícia também prendeu um dos executores do assassinato, indentificado como Leandro Luz da Conceição. Ele foi localizado em Caracaraí, no interior de Roraima.
A assessora de Telmário, Cleidiane Gomes da Costa, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
Antes mesmo da prisão do ex-senador ser confirmada, na noite desta segunda, a polícia já havia informado que suspeitava que ele estivesse em Brasília.
Assassinato de Antônia Araújo
A audiência sobre a acusação de estupro da filha de Telmário estava marcada para 2 de outubro. Segundo a Justiça, Antônia Araújo era uma "testemunha chave neste processo" e morte dela "certamente beneficiaria" o ex-senador.
De acordo com documentos obtidos pela Rede Amazônica sobre a investigação, a decisão de matar Antônia partiu de uma reunião na fazenda Caçada Real, onde Telmário Mota deixou o sobrinho Ney Mentira como responsável pela execução do crime.
A fazenda foi um dos locais alvos de busca na operação desta segunda-feira.
Investigadores descobriram que a moto usada pelos assassinos no dia do crime foi comprada pelo sobrinho do ex-senador. Segundo a polícia, o veículo foi adquirido por R$ 4 mil em espécie, estava em nome de outra pessoa e com documentação irregular.
O relatório cita que, após a compra da moto, o sobrinho de Mota entregou o veículo para uma assessora do ex-senador. As investigações apondam que ela deveria levar a moto para reparos em uma oficina.
Ainda conforme o documento, o sobrinho do senador "pediu para a assessora entregar a moto para os autores do crime em um local indicado".
A assessora do ex-senador foi vista indo entregar a moto aos assassinos um dia antes do crime. A Polícia Civil tem uma imagem dela pilotando a moto.
*A reportagem está sendo atualizada.
Fonte: g1