No caso da ex-sócia de Brasília, que integrou o escritório Nelson Wilians por mais de 12 anos e pediu a sua retirada da sociedade em dezembro de 2022, o escritório se recusou a fazer um acordo e realizar o repasse da distribuição de lucros e participações.
Na Justiça, o processo da advogada apresenta números estranhos e não esclarecidos pela contabilidade, que sugerem que o escritório de advocacia NWADV é utilizado como "caixa 2" do Grupo NW. Isso porque, em transações obscuras e não explicadas, valores de uma empresa são direcionados à outra, sendo que nem todos os sócios do escritório são sócios do Grupo NW.
O processo também apresenta contas do passivo que registram valores milionários, que superam 9 dígitos de dívidas tributárias. Há, ainda, movimentações curiosas em cifras astronômicas sem dizer se são empréstimos ou transação entre partes beneficiando o Grupo NW.
A Justiça do DF já analisou o processo e determinou que o escritório apresente toda a documentação contábil e financeira. Em Brasília, a ex-sócia é representada por três grandes juristas, André Santa Cruz, Henrique Arake e Marlon Tomazette.
No Rio de Janeiro, o escritório NWADV está protestado em mais de meio milhão de reais desde julho de 2023, por falta de pagamento das notas fiscais relativas aos serviços prestados pela ex-diretora. Os protestos podem prejudicar o escritório em contratos firmados, inclusive com bancos.
Os advogados da ex-diretora do Rio de Janeiro destacam no processo que, “muito embora a NWADV e seus sócios ostentem em suas redes sociais carros de luxo, aviões particulares e viagens caríssimas, fazem de tudo para não pagar os seus colaboradores e contratados. Foi este inadimplemento reiterado, enfatize-se, que fez com que a SOLUTIN protestasse as notas fiscais, decorrentes de dívidas certas, líquidas e exigíveis”.
Além disso, destacam que “diversas notas fiscais emitidas pela SOLUTIN desde novembro de 2022 — inclusive as tratadas nestes autos —, apesar de aprovadas no sistema de pagamento da autora, não foram adimplidas simplesmente porque o Sr. FERNANDO CAVALCANTI condicionou, sem qualquer respaldo lógico ou jurídico, os pagamentos à assinatura de outro (ainda mais) leonino aditivo contratual, o que não foi aceito pela SOLUTIN e sua sócia”.
Nelson Wilians já amarga decisões desfavoráveis na 1ª e 2ª instâncias. A ex-sócia em questão é representada pelo escritório Sérgio Bermudes.