Essa mulher foi para a terra do Tio Sam para estudar, mas, no processo, engravidou, teve um filho, permaneceu no país de forma ilegal, morou em abrigo e trabalhou em diversas atividades que jamais havia imaginado exercer -- ela era formada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP).
No podcast Baixada em Pauta ela contou sobre a infância em Santos, os estudos e as dificuldades vividas em solo norte-americano antes do sucesso profissional. Algo fica evidente, no bate-papo com os jornalistas Matheus Müller e Luiz Linna, o apoio dos pais, a força de vontade de vencer e a educação nortearam cada passo de Flávia.
De imigrante ilegal a uma das principais advogadas de imigração nos EUA, Flávia atende famosos como Ivete Sangalo e Zé Felipe — Foto: Arquivo PessoalFamília
Filha de um vendedor de livros e uma professora de escola pública, Flávia afirmou que sempre almejou mais do que poderia ter financeiramente, mas contou com ajuda dos pais para absorver conhecimento. Na infância, chegou a cursar inglês, francês e ballet de forma gratuita.
"Minha mãe entrava nas escolas e pedia para falar com o gerente. Ela pedia uma bolsa para mim e comprovava a renda da família. Minha vontade era de ir além. Eu queria estudar", disse.
Flávia e o pai, que trabalhava como vendedor de livros quando ela era criança — Foto: Arquivo PessoalFlávia contou que sempre foi determinada e sonhou alto. O desejo de morar nos EUA, inclusive, surgiu em meio aos corredores do Centro Cultural Brasil Estados Unidos, em Santos, onde cursava inglês. "Eu era rata de biblioteca. Sabia que o estudo me tiraria daquela vida precária".
A advogada cursou letras na Universidade de São Paulo (USP) e se inscreveu para uma bolsa de estudos nos EUA com 20 anos. Ela sequer tinha passaporte quando recebeu a notícia da aprovação para estudar inglês durante um ano na Golden West College, na Califórnia, mas partiu atrás do sonho.
Depois de concluir a bolsa, o objetivo dela era continuar nos EUA. O primeiro passo foi ampliar o visto de estudante com um curso técnico em Jornalismo, com duração de dois anos.
Passado esse período, e para ganhar mais dois anos no país, tentou transferir o técnico em Jornalismo para uma graduação em universidade, mas não tinha o dinheiro para as taxas e se viu sem saída.
• Quer saber mais sobre a história dela? Escute o podcast ou acesso o videocast. Lá você fica sabendo como ela passou a morar de forma ilegal, foi parar em um abrigo com um filho recém-nascido e deu a volta por cima.
Fonte: g1