A testemunha parece assustada e fica em silêncio por alguns segundos. Na sequência a juíza Kismara insiste que ele deve dizer: “O que a senhora deseja, excelência?”. O homem diz que não está entendendo e ela segue com “repete, repete”, aos gritos. Por fim, ela decide desconsiderar o depoimento da testemunha que havia sido levada pela empresa envolvida no processo.
O advogado da empresa, Pedro Henrique Piccini, foi procurado pela coluna, mas não foi localizado. Durante a audiência, ele tenta explicar a dificuldade da testemunha em se manifestar, porque ela estaria numa feira. A juíza, porém, interrompe o defensor alegando que o homem teria faltado “com respeito”. Por fim, a magistrada completa que a exclusão do depoimento ocorreu porque a testemunha “não cumpriu com a urbanidade e educação”.
Nesta terça-feira (28), diante da repercussão do caso, OAB-SC procurou o presidente do Tribunal Regional do Trabalho em Santa Catarina (TRT-12), José Ernesto Manzi. A pedido da presidente da Ordem no Estado, Cláudia Prudêncio, o desembargador receberá a Comissão de Prerrogativas da entidade durante a tarde para que se discuta a questão.
O que diz o TRT-SC
Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho em Santa Catarina (TRT-12) se manifestou sobre o caso: “O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região tem como missão realizar Justiça no âmbito das relações de trabalho, contribuindo para a paz social e o fortalecimento da cidadania. A situação observada na audiência ocorrida no dia 14 de novembro na Vara do Trabalho de Xanxerê é um fato isolado e será devidamente apurado pelo TRT-SC, por meio da sua Corregedoria”.
O TRT-SC não obteve retorno da juíza sobre o pedido da coluna. A família de Kismara também acompanha a situação junto a ela.
Por Ânderson Silva (anderson.silva@nsc.com.br)
Fonte: nsctotal.com.br