Na ocasião, Valesan – que foi prefeito da cidade gaúcha entre 2009 e 2012 – subiu à tribuna para falar sobre uma obra realizada por uma empresa terceirizada.
Ele reclamava da quantidade de entulhos no local quando afirmou: “Se for jogar essas pedras no meio do rio, eu vou ser um vereador que vou lutar. A parte dessa documentação está na promotoria e se não tiver um trabalho de gente branca, de gente que sabe fazer esse trabalho, nós vamos embargar aquilo lá”. (Veja o vídeo no final da matéria)
A Polícia Civil do estado informou que abriu inquérito para investigar o episódio após um boletim de ocorrência ter sido registrado na manhã de segunda-feira.
Em seguida, Valesan concluiu seu discurso e desceu da tribuna. Na tarde quinta-feira (5), a Câmara de Roca Sales emitiu uma nota de repúdio à declaração do parlamentar (leia a íntegra abaixo).
“O Poder Legislativo de Roca Sales, Estado do Rio Grande do Sul, neste ato representado pelo Presidente, Vereador Paulo Ricardo Gonçalves, com a anuência do colegiado de vereadores com assento nesta Casa Legislativa, vem a público manifestar seu repúdio quanto à manifestação do Vereador Antônio Valesan (PTB), junto à Tribuna Livre da sessão ordinária realizada em 04 de dezembro do corrente ano, independentemente da intenção, da espécie ou da natureza.
Entendemos que manifestações de cunho preconceituoso devem ser combatidas em todas as esferas, para que tais ações possam ser erradicadas da sociedade mediante ações que visem à prática de políticas públicas sérias e permanentes, que possibilitem um amplo debate junto à comunidade e que possam ser transformadas em medidas que mudem o comportamento humano.
Salientamos, por fim, que a responsabilidade de cada pronunciamento é do interlocutor e que, enquanto Poder Legislativo Municipal, rechaçamos todo e qualquer discurso ou ação discriminatória.”
Na mesma tarde, a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul também divulgou nota lamentando a fala do vereador, classificando-a de “preconceituosa e revoltante”.
“Encaminharemos ofício ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul requerendo apuração da conduta penalmente relevante, para que o responsável pelo crime de racismo seja punido conforme a lei”, diz o comunicado assinado pelo secretário Fabrício Guazzelli Peruchin.
A CNN entrou em contato com o vereador Antônio Valesan e aguarda retorno.
Por Lucas Schroeder
Fonte: cnnbrasil.com.br