Benedita Silva Nunes, 49, foi encontrada morta dentro de casa, com marcas de facadas no rosto e sinais de espancamento, segundo a Polícia Militar do Piauí (PMPI). Ela teve os dentes quebrados e também levou golpes na cabeça que teriam sido provocados por uma barra de ferro.
No dia do crime, Victor Gabriel foi visto ao sair da casa da família; pouco depois, a irmã dele entrou no imóvel e encontrou Benedita morta. O suspeito fugiu, mas foi encontrado pela polícia e levado para a delegacia de Corrente.
Vizinhos da vítima relataram que mãe e filho costumavam ter brigas porque Victor Gabriel seria dependente químico, mas a Benedita tentava ajudá-lo a se livrar do vício. Uma dessas brigas teria motivado o crime, segundo as investigações.
Solto após matar o pai no DF
À época com 18 anos, Victor Gabriel foi preso em 19 de outubro de 2019, na QNM 21 de Ceilândia, por ter matado o pai, José Claudio Barbosa de Paula, 42.
O acusado disse que sofria várias ameaças de morte por parte do pai e confessou que o atacou, para evitar ser vítima de um eventual assassinato. O estopim para a tragédia teria sido uma discussão sobre o consumo de drogas em casa.
Quando os policiais militares chegaram ao endereço da família, encontraram Victor Gabriel com uma faca na mão e o pai deitado sobre o colo. Na data, o agressor ainda feriu outra pessoa, que havia tentado impedir o crime.
Apesar de o filho da vítima ter confessado o crime, a juíza Vivian Lins Cardoso interpretou que a liberação do assassino não causaria “perturbação à ordem pública”.
Na ata da audiência de custódia do preso, em 21 de outubro de 2019, a magistrada considerou que, por se tratar de “crime passional”, não havia elementos que indicassem “a mesma intenção homicida contra outras pessoas” caso Victor Gabriel estivesse em liberdade. “Não há o que se falar em prisão do autuado como garantia da ordem pública”, completou a juíza.
Outros fatores que pesaram para a decisão envolveram o fato de o acusado ser réu primário, “de bons antecedentes” e sem ficha criminal. Assim, para a magistrada, a medida cautelar de monitoração eletrônica seria “providência adequada e suficiente”.
Victor também foi alvo de mandado de prisão preventiva em 2019, mas a Justiça do Distrito Federal concedeu habeas corpus ao acusado. No fim de 2020, com o laudo da perícia que atestou os transtornos mentais, o juiz determinou a internação do acusado.
Em maio de 2021, Victor Gabriel foi julgado pelo Tribunal do Júri, que o absolveu pelo homicídio do pai. Como medida de segurança, porém, o magistrado determinou a internação do réu pelo período de ao menos um ano.
Por Thalita Vasconcelos e Jéssica Ribeiro
Fonte: metropoles.com