Crime aconteceu no estado de Gujarat, na Índia, enquanto Bilkis ainda estava grávida e o país atravessava uma das piores revoltas religiosas desde a independência.
A mulher, junto com dois filhos, eram os únicos sobreviventos de um grupo mulçumano que foi atacado por uma multidão hindu, na época. Das 14 pessoas mortas, sete eram parentes, incluindo uma filha de três anos.
“Sorri pela primeira vez em mais de um ano e meio. Abracei meus filhos. Sinto como se uma pedra do tamanho de uma montanha tivesse sido tirada do meu peito e posso respirar novamente. É assim que me sinto quando a justiça é feita”, disse Bilkis, hoje com 40 anos, em uma declaração publicada pela advogada da mulher, Shobha Gupta.
Familiares e amigos da mulher receram a notícia com fogos de artifícios e comemorações, em Randhikpur, vila de Bilkis Bano. (veja o momento abaixo)
Os 11 homens condenados foram soltos em agosto de 2022, depois de um grupo de especialistas do governo local analisarem o caso. No entanto, o Supremo Tribunal da Índia, nesta segunda, determinou que os homem voltassem para a prisão no prazo de duas semanas.
“Seu pedido de proteção foi rejeitado. Mantê-los em liberdade não estaria de acordo com o Estado de Direito. Os argumentos que apelam às emoções se tornam vazios ante os fatos”, declarou o órgão público.
“Lutamos durante tanto tempo. A decisão do Supremo Tribunal é o que esperávamos”, declarou uma testemunha do processo que não quis se identificar.
O atual primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, governador do estado de Gujarat durante as revoltas de 2002, foi acusado de fazer vista grossa. Em 2012, ele acabou absolvido das acusações, dois anos antes do partido da qual é afiliado, Bharatiya Janata Party (BJP), chegar ao poder.
Fonte: metropoles.com