Segundo o magistrado, o pensamento progressista “sempre negligenciou em alguma medida” a questão da segurança, atribuindo o problema “tão somente à pobreza e desigualdade”.
“O que é um fato, mas pobre também precisa de segurança pública e nós nos atrasamos”, declarou.
A fala do ministro foi feita no painel “A Key Moment for Latin America” [Um momento chave para a América Latina, em português], durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Barroso participou do painel ao lado do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, da vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña, da ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld e do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn.
Em sua fala, Barroso afirmou que há “problemas crônicos” na América Latina, como pobreza, desigualdade, e falta de incentivo à educação.
O magistrado declarou que os países do continente compartilham um passado colonial, a escravidão, e um contexto de “apropriação privada do espaço público por elites extrativistas”, que, segundo ele, “muitas vezes desborda para a corrupção”.
O presidente do STF também listou pontos positivos das nações latino-americanas, dizendo que há “potencialidades para o mundo”, como a liderança na área ambiental.
“Hoje a América Latina pode e deve assumir o papel de grande liderança ambiental global, porque temos biodiversidade, a maior quantidade de água potável do mundo e temos a Amazônia, que é a maior armazenadora de carbono do mundo e presta grande contribuição para a mitigação do aquecimento global”.
Barroso ainda citou a convivência pacífica entre os países da região, “apesar de um ou outro susto”, e que a democracia tem prevalecido na maioria das nações.
“Os grandes [países], como Brasil, México, Colômbia, Argentina, Chile, conseguiram preservar sua institucionalidade democrática, apesar de suas dificuldades”, declarou.
Por Lucas Mendes
Fonte: cnnbrasil.com.br