Na gravação, as mulheres participam de um jogo, popular na rede social, no qual devem tecer comentários a respeito da vida amorosa de cada uma. Ao longo do vídeo, elas falam frases como: “Pelo menos eu não fui feita de palhaça por um preto, né?”, “Quem? Um preto, um preto”, “Pelo menos eu não sou ‘best’ de um desquerido que ainda é preto e, na primeira oportunidade, não me deu carona para dar para um feio”, “Essa amizade com preto não vale nada não”.
De acordo com a polícia, a mulher, de 19, "foi indiciada pelo crime de racismo", com pena de dois a cinco anos de prisão. Já as duas menores "foram indiciadas por ato infracional análogo ao mesmo crime".
Após receberem informações sobre o caso, os agentes afirmam que o vídeo gravado pelas criminosas e todas as reportagens veiculadas na imprensa foram anexados à investigação. O inquérito foi concluido e encaminhado à Justiça por meio da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (DIPO) de Linhares.
As três foram identificadas e intimadas a comparecer na delegacia para serem interrogadas. Durante o interrogatório, as investigadas foram orientadas pelos advogados a permanecerem em silêncio. Membros do movimento negro de Linhares e pessoas da comunidade também foram ouvidas e passaram suas percepções sobre o caso.
Nas redes sociais, uma delas alega ser aluna do curso de Medicina na UNESC (Centro Universitário do Espírito Santo). Em nota ao GLOBO, a universidade afirma que "repudia veementemente quaisquer atos ou atitudes racistas, vindas de qualquer pessoa".
"Atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória não são bem vindas e devem ser punidas nas formas da lei. Observar e se comportar de acordo com os princípios éticos e condizentes com a dignidade humana é um dever de todos os membros do UNESC, nos termos do seu Regimento Geral", declarou a faculdade.
Por Paulo Assad e Giovanna Durães
Fonte: extra.globo.com