A falsa liderança do PL mulher é Ivana Nazaré Freitas de Oliveira, 59 anos. Articulada e sempre circulando entre pessoas de alto poder aquisitivo e transparecendo ser extremamente religiosa, a estelionatária ganhou a confiança de empresários, advogados e líderes religiosos. A mulher chegava a se infiltrar em encontros do PL e tirar fotos com políticos conhecidos da legenda, como a deputada federal Bia Kicis.
A golpista notou a oportunidade de ganhar dinheiro fácil após ganhar a confiança de filiados do partido, e depois de passar pelo menos dois anos se relacionando com algumas das vítimas. Ivana, que chegou a ser condenada por peculato após ser demitida de serviço público, convenceu pessoas do seu círculo social a comprarem passagens fictícias para o país europeu.
Veja imagens da estelionatária:
ReproduçãoReproduçãoReproduçãoChuva de ocorrências
Após o pagamento feito por meio de transferência, em alguns casos, Ivana emitiu passagens falsas e deixou que algumas vítimas fossem até ao aeroporto acreditando que conseguiriam embarcar. Em outra situações, os compradores perceberam que havia algo estranho e, após cobrarem a devolução do dinheiro, acabaram bloqueados no WhatsApp pela estelionatária.
A coluna levantou a certidão de filiação partidária de Ivana. De acordo com o sistema de Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a mulher não está filiada a nenhum partido político. Ou seja, ela usava indevidamente o nome do PL para cometer crimes. A coluna tentou entrar em contato com Ivana, mas ela não atendeu às ligações.
Veja certidão de filiação partidária:
Reprodução / print de documentoCondenada por desvios
Em agosto de 2019, o Ministério Público Federal (MPF) obteve a condenação de Ivana por peculato. Ela era integrante do grupo formado por servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) envolvidos no desvio de recursos da Superintendência Regional no Rio Grande do Norte (SRTE/RN) – atualmente ligada ao Ministério da Economia –, entre 2006 e 2008.
A golpista era namorada do empresário beneficiado pelos desvios e participou do esquema ajudando a liberar os recursos ilegalmente pagos à empresa dele. Ela trabalhava como assessora da Secretaria Executiva do então MTE e foi apontada como uma das “mentoras” do esquema, atuando exatamente em sua origem: a descentralização de recursos do ministério para a SRTE/RN. Parte desse dinheiro que chegava à superintendência local alimentava o desvio de verbas para a empresa do namorado.
A empresa do então namorado de Ivana mantinha contrato até o fim de 2006 e uma prorrogação, abrangendo o ano de 2007, já havia sido definida. No entanto, a Controladoria-Geral da União (CGU) verificou irregularidades e determinou o cancelamento dessa prorrogação.
Por Carlos Carone e Mirelle Pinheiro
Fonte: metropoles.com