Confira os principais dados revelados na pesquisa
• Predominância de autônomos. 72% dos advogados e advogadas entrevistados para o estudo são autônomos, ou seja, não possuem vínculo empregatício com um escritório ou empresa específica, sendo os próprios responsáveis pelo seu trabalho. Enquanto isso, apenas 29% estão vinculados a empresas ou escritórios privados de advocacia, e 5% declararam ocupar cargos públicos. Já os aposentados representam 5% e os desempregados, 4%.
• "A condição de advogado autônomo é mais frequente quanto maior a idade, atingindo entre os de 60 anos ou mais, e caindo para entre os que têm 21 a 23 anos", diz o estudo.
• Entre os autônomos, 51% atuam no regime de home office. Já entre o número total de profissionais consultados, 43% têm o trabalho remoto como realidade. Segundo a pesquisa, esses profissionais tendem a ter rendimentos inferiores em comparação com aqueles que trabalham em um ambiente presencial.
• Remuneração "baixa". O estudo indica que 64% dos advogados ganham até cinco salários mínimos por mês, ou seja, cerca de R$ 7.000. Enquanto isso, 34% ganham até R$ 2.800 e somente 5% ganham mais de R$ 28 mil.
• Cerca de um quarto dos advogados brasileiros, 26%, desempenha ainda outra atividade profissional além da advocacia. Professor (20%), servidor público (13%) e empresário (10%) são as principais atividades exercidas além da advocacia. Também aparecem na lista corretor de imóveis (1,8%), empreendedor (1,6%), agricultor (1,5%), músico (0,8%), motorista de aplicativo (0,8%), entre outras ocupações.
• Mulheres são a maioria na advocacia brasileira. Elas constituem 50% desse campo profissional, enquanto homens somam 49% e outras identidades de gênero representam cerca de 1%.
• As advogadas são mais jovens que os advogados. Dado sugere que a inclusão do público feminino nessa área profissional cresceu recentemente no Brasil: entre elas, a média de idade é de 42 anos, enquanto entre os homens é de 47 anos.
• 64% dos advogados se declaram brancos. 25% se declaram pardos, somente 8% pretos, e cerca de 1% são indígenas e amarelos. O estudo, no entanto, aponta que "a proporção de negros (pretos e pardos) é inferior à representação desses grupos na população brasileira".
• 43% se declaram católicos, enquanto são 18% evangélicos. Outras religiões somam, juntas, 20%, e os sem religião representam 9%.
• A maioria dos advogados, 52%, considerou que as condições da prática da advocacia têm piorado. Ainda assim, eles deram a nota 6,3 em relação à satisfação de exercer a profissão. A percepção de retrocesso aumenta conforme a idade: de 21 a 23 anos, é 32%; de 24 a 44 anos, 48%; de 45 a 59, 58%; e 60 anos e mais, 54%.
• Dados foram divulgados no 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira, encomendado pelo Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) à FGV (Fundação Getulio Vargas). Realizado entre agosto e outubro de 2023, via questionário online, o estudo entrevistou 20.885 profissionais da área.
• Essa foi a maior pesquisa já realizada sobre o perfil da advocacia no país, segundo a OAB. O estudo buscou "mapear as características da advocacia no Brasil, evidenciando padrões gerais e regionais, além de dificuldades e peculiaridades da profissão".
Fonte: UOL