A iniciativa faz parte de medidas adotadas pelas corporações contra “crimes contra a administração, fraudes decorrentes de atividade de trânsito e corrupção”.
Segundo boletim de ocorrência, quatro aulas práticas foram iniciadas sem que aluno nem instrutor retornassem para o encerramento, o que, de acordo com o Detran, pode indicar fraude.
A autarquia diz ainda que os 700 dedos de silicone eram utilizados para burlar o sistema de controle biométrico da emissão da habilitação. Nesses casos, o cidadão não ia à autoescola para realizar exames práticos e teóricos mas tinha sua presença confirmada de forma ilegal por meio do uso dos moldes falsos.
Além dos exemplares de silicone, computadores, leitores biométricos e cartões de memória também foram apreendidos. Seis pessoas, entre responsáveis pelo CFC e testemunhas, foram encaminhadas à delegacia para depoimentos.
Sobre esquemas de fraude no processo de habilitação, o Detran-SP revelou que há um projeto em andamento para a evolução do sistema:
“O Detran-SP tem implementado soluções tecnológicas de monitoramento permanente com a capacidade de identificar e coibir irregularidades no processo de obtenção e renovação da CNH. Há projeto em andamento para a evolução dos motores de identificação biométrica nas etapas do processo de habilitação. Esta tecnologia visa assegurar que todas as etapas sejam realizadas pelos próprios candidatos, utilizando identificação multi biométrica (digitais, face e, até, íris) para combater fraudes, como o uso de biometria em moldes de silicone”, diz Talita Rodrigues, diretora de Habilitação.
A penalidade prevista para esse tipo de caso é considerada gravíssima e pode resultar na cassação do registro do credenciado, caso as suspeitas se confirmem.
Neste ano, o Detran já realizou 1.884 fiscalizações desse tipo. Em 2023, foram 7.572 ações ao todo. No ano foram aplicadas 389 penalidades, sendo 103 cassações dos registros de credenciamento.
O orgão ainda diz que o cidadão pode denunciar ocorrências ao Disque Denúncia 181, se desconfiar de algum lugar irregular.
Por Enzo Marcus
Fonte: metropoles.com