O professor registrou um boletim de ocorrência para denunciar o caso de racismo na semana passada. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil da capital paulista.
A vítima, que pediu para não ter o nome publicado, afirmou ao Metrópoles que a empresária também promoveu uma campanha de difamação contra o professor, além de persegui-lo. Ela teria ido ao condomínio onde ele mora, na capital paulista e, ainda de acordo com a vítima, quebrado o interfone da portaria, há cerca de duas semanas, após não conseguir falar com o professor.
A empresária (foto em destaque), dona de uma loja de assistência técnica de celulares, foi procurada pelo Metrópoles, na tarde dessa segunda-feira (17/6). Ela não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
O início do “caos”
Tudo começou quando o personal e Lilian marcaram um encontro, pela internet, no início do ano. Ela é aluna na academia onde ele dá aula. Ambos, porém, frequentavam o local em horários diferentes. “Nos encontramos, ficamos, trocamos contato, conversamos por mensagens, e começamos e nos ver, sem compromisso, aos fins de semana”.
O personal afirmou que o “rolo” entre eles durou por cerca de dois meses. Após esse período, Lilian teria comentado ter sido internada duas vezes, em clínicas de reabilitação. Uma delas, de acordo com o professor, teria sido por perseguir uma outra pessoa. “Eu nem sabia que existia internação por causa de comportamento, desse jeito, fiquei surpreso”.
A revelação deixou o personal inseguro e ele decidiu, “para evitar problemas futuros”, encerrar os encontros esporádicos com a empresária.
“Daí em diante, foi o caos. Ela não aceitou. Eu não tinha prometido nada pra ela, sobre a gente se relacionar seriamente. Só disse que não queria mais que a gente ficasse”.
Até o dia em que decidiu encerrar os encontros, o personal afirmou que Lilian “não aparentava comportamento estranho”. “Ela conversava numa boa, não mostrava essa psicopatia toda”.
Ataques via Pix
Lilian teria começado a perseguir o professor, em redes sociais e, por isso, ele a bloqueou. Foi quando ela começou a enviar depósitos de R$ 0,01, via Pix, com mensagens de teor racista, chamando o personal de “macaco”, “gorila”, “neguinho” (veja imagens acima).
O ataque racismo mais recente, segundo print enviado à reportagem pela vítima, ocorreu às 13h14 dessa segunda-feira (17/6). No assunto do depósito, de R$ 0,01, a empresária escreveu: “Macaco do caralho kkkk”. Ainda no período da tarde, ela compartilhou, no Instagram, uma foto de biquíni, ao lado de uma piscina.
O professor disse ainda ao Metrópoles que, somente em um dia, chegou a receber R$ 2 de depósitos com mensagens ofensivas e racistas. “Imagina, receber 200 mensagens, desconexas. Isso em apenas um dia”.
Após bloquear a empresária nas redes sociais, ela começou a ir à academia, nos horários das aulas da vítima, as quais interrompia para pedir que o personal deixasse as redes sociais dele livres, para ela interagir. “Ela vinha falar comigo como se nada tivesse acontecido, pedindo para a gente ‘reatar’. Mas a gente nunca teve nada sério”.
As investidas dela fizeram com que outro professor solicitasse para ela parar de interromper as aulas da vítima, em março. Desde então, acrescentou o professor, Lilian respeitou o pedido. Ela, porém, vai à academia com frequência, de onde segue enviando as mensagens de teor racista.
Falso programa
Além das injúrias por escrito, a empresária também fez postagens expondo o professor. Em uma delas, ela está ao lado dele, sorrindo. Na legenda da foto, Lilian escreveu que ele havia “feito um programa” com ela e não pagado, aludindo a um suposto encontro com profissional do sexo.
“Ela fez isso para me queimar. Ela também espalhou que eu sou gordofóbico, que não dou aula para pessoas obesas, é tudo mentira”.
A empresária, acrescentou o professor, também espalhou que ele seria “caloteiro”, supostamente recebendo o pagamento por aulas e não ministrando-as. “Ela fazer isso no meu local de trabalho, de certa forma, me prejudicou. Não tenho tido tanta frequência de aulas como eu tinha nos últimos meses”.
O personal trainer afirmou ter tentado, amigavelmente, fazer com que a empresária parasse com os ataques racistas e a difamação. Porém, ele chegou ao seu limite e, na semana passada, decidiu registrar um boletim de ocorrência.
No documento, o rapaz também afirma que, além de ser chamado de “orangotango”, “gorila” e “macaco”, a empresária teria pulado o muro do condomínio onde ele mora e ameaçado quebrar o carro do personal. Ela chegou a fazer fotos, perto do veículo e as enviado, via WhatsApp, à vítima.
A academia, disse o personal, iria bloquear o acesso da empresária no local somente a partir dessa semana, após o jurídico da empresa ter recebido uma cópia do boletim de ocorrência sobre o caso.
A vítima está recebendo apoio jurídico do advogado Reinalds Klemps. Ele afirmou ter tomado “todas as providências” nas esferas criminal e cível. “Aguardamos ansiosamente a punição da infratora”.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP), até o momento, não encaminhou nenhum retorno sobre eventuais atualizações sobre a investigação do caso. O espaço segue aberto.
Por Alfredo Henrique
Fonte: metropoles.com