A pena pelo crime, praticado de forma continuada por oito vezes, foi fixada em cinco anos de reclusão, em regime semiaberto.
A sentença também determina o pagamento de indenização às vítimas, no mesmo valor do prejuízo causado. Cabe recurso.
O juiz Paulo Eduardo Balbone Costa, da 7ª Vara Criminal da Capital, apontou que "a ré se prevaleceu de sua condição de presidente da comissão de formatura para engendrar um plano destinado a se apossar do produto arrecadado ao longo de meses, com a contribuição de dezenas de colegas, a fim de obter lucro para si com a aplicação especulativa daquele capital".
"Traiu a confiança de seus pares, desviando recursos que pertenciam aos colegas de turma (o que revela maior opróbio do que a prática de estelionato contra vítima a quem não se conhece), quando as vítimas não atuavam movidas pela própria cupidez”, apontou o magistrado na sentença.
Em nota enviada ao g1, o advogado Sérgio Ricardo Stocco disse que tomou ciência da decisão há pouco tempo, mas adiantou que vai recorrer da decisão.
Relembre o caso
Segundo a denúncia registrada na polícia pela comissão de formatura, o caso veio à tona quando a suspeita afirmou, por meio de mensagens no WhatsApp, que tinha perdido todo o dinheiro e alegou ter aplicado R$ 800 mil em uma corretora de investimentos. À época, ela disse ter sido supostamente enganada pela empresa.
Uma das vítimas registrou a ocorrência e a polícia passou a investigar o caso. No início de fevereiro, a Justiça não aceitou o pedido de prisão preventiva feito pela polícia contra a estudante.
A decisão concordou com o posicionamento do Ministério Público, que entendeu que o caso se tratava de crimes de estelionato, não de apropriação indébita, como ela havia sido indiciada, e pediu que fosse feita uma lista com o prejuízo individual dos alunos. Cada vítima teve de mostrar interesse em representar pelo crime.
• Na apropriação indébita, uma pessoa recebe da vítima a posse de um bem de forma legal, se apropriando dele mais tarde de forma irregular.
• No estelionato, a má-fé acontece antes da posse do bem e força a vítima a um engano.
Segundo apurado pelo g1, o Instituto de Criminalística analisou ao menos dois celulares, um smartwatch, cartões bancários e HD externo. Sobre um tablet, a investigação sugeriu que fosse leiloado por ter sido adquirido com dinheiro do fundo, e a quantia arrecadada revertida para entidades beneficentes.
O carro de luxo alugado por ela com o dinheiro dos alunos já foi devolvido à empresa em fevereiro.
Fonte: g1