Barroso chamou de “penosa repetição” as matérias jornalísticas presentes no noticiário no mês de julho e disse que gostaria de prestar esclarecimentos. “Não importa quantas vezes se prestem as informações corretas, a incompreensão permanece”, considerou.
Em seguida, o presidente da Corte falou sobre as viagens de ministros: “Gostaria de esclarecer uma vez mais: nenhum ministro viaja com despesas pagas pelo STF. Isso não acontece. Só o presidente, quando é viagem em representação institucional. Reitero, nenhum ministro viaja com despesas pagas pelo STF e, menos ainda, viaja de 1º classe. O país não comporta que seja assim”, disse.
Ressaltou ainda que o STF não controla ou fiscaliza viagens privadas ou compromissos privados de seus ministros. Defendeu ainda o uso de seguranças.
“Queria lembrar sobre a questão de seguranças. O mundo mudou. Eu fui à final da Copa do Mundo de 2014 com a minha mulher e meus filhos. Nenhum tipo de problema. Fui às Olimpíadas de 2016, com o saudoso ministro Teori Zavascki, sem nenhum segurança. Não houve nenhum problema. Infelizmente, a vida mudou e quase todos nós aqui (ministros) já vivemos momentos difíceis de tentativa de agressão, de hostilidade. Como o mundo mudou, nós, evidentemente, precisamos oferecer segurança aos ministros. Seja numa atividade pública ou privada. Não há nada de errado que seja provida segurança aos ministros para que não sejam submetidos a ataques de ordens diversas”, completou o presidente do STF.
O ministro ainda voltou a defender que não há mal nenhum que os membros da corte tenham diálogo com empresários.
Implicância
Em 10 de junho, no programa Roda Viva da TV Cultura, Barroso ressaltou, sobre o mesmo tema, que há certa “implicância” com ele e os colegas.
O exemplo usado na entrevista ao Roda Viva foi o do ministro Dias Toffoli, que viajou para a Europa e, entre outros compromissos, assistiu à final da Champions League. A viagem resultou em gastos de segurança, na ordem de R$ 39 mil.
“A história do camarote não foi um evento institucional, foi um evento privado. Ele foi assistir a um jogo de futebol. Ele escolheu para a vida privada dele, pelos gostos dele, de assistir a um jogo de futebol”, disse.
Ainda na sequência, Barroso disse que a questão central é o posicionamento do ministro diante de pautas de interesses privados. “É preciso saber se ele atendeu a algum interesse desse empresário, eu acho que evidentemente não, portanto, eu acho que há uma certa implicância.”
Por Manoela Alcântara
Fonte: metropoles.com