O que aconteceu
• Laudo revisado pelo perito Ricardo Molina se baseia em imagens de câmaras de segurança do aeroporto. Após analisar os vídeos na presença de servidores do STF, o perito diz ter identificado uma agressão de Barci a Mantovani anterior àquelas cometidas pelo empresário e apresentadas no relatório produzido pela PF (Polícia Federal).
• Documento enviado ao STF. O laudo da perícia foi anexado pela defesa, representada pelo advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, e enviado ao ministro Dias Toffoli, relator do caso no STF.
• Defesa e perícia questionam relatório da PF. De acordo com perito, o fato de o laudo da PF ter sido produzido por um agente comum e não alguém especializado em perícia faz do texto "mera ilustração de uma narrativa baseada nos depoimentos de Alexandre de Moraes e seus familiares".
"É possível afirmar que não fora Roberto quem "desferiu tapa no rosto do filho do Ministro Alexandre de Moraes, o Sr. Alexandre Barci de Moraes", e, sim, Alexandre Barci de Moraes quem desfere um tapa na nuca de Roberto, o pegando de surpresa, momento em que ele (Roberto) levanta sua mão em ação de defesa, resvalando sua mão os óculos do agressor."
Trecho de laudo pericial apresentado pela defesa do empresário
• Imagens seriam parciais. Segundo o laudo da defesa, o parecer da PF é equivocado, "pois omite fato bastante evidente contido nas imagens do aeroporto de Roma". Além de Molina também assina o laudo Mauricio Tadeu dos Santos, apontado como perito relator.
"O relatório nº 004/23 não pode ser considerado sequer um laudo técnico, sendo antes uma mera ilustração de uma narrativa baseada nos depoimentos de Alexandre de Moraes e seus familiares e não uma análise realmente técnica, objetiva e isenta da realidade dos fatos. Na verdade, as inconsistências e omissões no referido relatório não causam surpresa, visto que o responsável pela sua feitura, CLÉSIO LEÃO DE CARVALHO é um agente da Polícia Federal e não um Perito da mesma corporação." — Trecho de laudo pericial apresentado pela defesa de empresário
• Indiciamento por calúnia. A Polícia Federal indiciou três pessoas pela agressão à família do ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma, em junho deste ano. Além de Mantovani foram indiciados sua esposa, Andrea Munarão e seu genro, Alex Bignotto.
• PF mudou entendimento. Em fevereiro, o relatório da PF concluiu que Barci foi vítima de "injúria real" praticada por parte de Mantovani, mas não havia indiciado ninguém. Decisão que foi revista em junho.
• Imagens inicialmente divulgadas mostravam momento em que Mantovani Filho se dirige a Barci e o atinge no rosto. O movimento derruba os óculos da face do filho de Moraes. O empresário aparece acompanhado de sua esposa, Andrea Munarão.
• PGR defende Moraes. Na denúncia enviada ao STF, a Procuradoria Geral da República afirma não haver dúvidas de que ofensas foram dirigidas a Moraes pelo empresário, sua esposa e seu genro, Alex Bignotto.
Por Saulo Pereira Guimarães
Fonte: UOL