A turista entrou com dois processos contra o mergulhador, um na área cível, por danos morais, e um outro na esfera criminal, por importunação sexual; ela ganhou os dois processos, mas abe recurso da decisão. Uma audiência de custódia foi realizada nesta sexta-feira (23), e a prisão preventiva foi mantida pela Justiça.
O crime aconteceu há sete anos e foi registrado por uma câmera de mergulho. O g1 AL optou por não exibir as imagens para não expor a vítima. O vídeo, gravado por um amigo da vítima, mostra o homem guiando a mulher, segurando no cilindro com uma mão e com a outra, se masturbando. O ato só foi percebido pela turista após ela ver as imagens no computador.
O mandado de prisão foi expedido em setembro do ano passado, mas como havia erro no nome do mergulhador foi necessário um outro mandado, que só saiu em agosto deste ano. O mergulhador vai responder por por ato libidinoso e gesto obsceno.
O g1 falou com exclusividade com a vítima, que é carioca e trabalha como comissária de bordo. Ela contou que estava de folga e escolheu a cidade para passar quatro dias. Ela se hospedou em um hotel com um amigo, onde contrataram o passeio às piscinas naturais com direito a um mergulho, utilizando cilindro de oxigênio.
"Estávamos eu e um amigo fazendo esse passeio. Foi uma opção nossa incluir o mergulho. Eu lembro que nos foi informado que a profundidade chegava a 7m, por isso o uso do equipamento. Sempre tive muita vontade fazer [o mergulho], mesmo não tendo experiência", contou ao g1.
A vítima disse que mergulhou acompanhada pelo guia, e o amigo mergulhou com outro guia. Eles permaneceram em grupo no fundo do mar por um tempo e depois, as duplas se separaram. O registro das imagens foi feito de forma despretensiosa pelo amigo.
"Ele desceu com uma câmera GoPro e estava filmando o mergulho. Quando nos separamos, ele virou a câmera rapidamente pra mim, pra registrar meu mergulho e guardar como lembrança. Foi nesse momento que ele percebeu um movimento estranho. Mas como estávamos muito preocupados com cilindro, máscara e em respirar direito, não nos demos conta do que realmente estava acontecendo", relatou.
A vítima disse que o modelo da câmera não permitia baixar as imagens no celular. Somente quando baixaram o vídeo no computador perceberam o que havia acontecido. "Ele [o guia] foi me levando para perto do coral, parecia até que a gente iria bater nas pedras e acredito que ele estava tão concentrado no que estava fazendo que perdia o foco do mergulho".
A delegada Luci Mônica, titular da DPTur alertou as pessoas para esse tipo de crime. "É importante que as pessoas fiquem atentas a qualquer movimento que considere suspeito e denunciem para que não aconteça com outras vítimas. Nós estamos atentos a casos como esse".
Por Heliana Gonçalves, g1 AL
Fonte: g1