O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da 2ª Presidência de Belo Horizonte reconheceu que houve tentativa de homicídio contra o advogado. No entanto, por maioria de votos, não foi reconhecido que o autor dos disparos era o acusado, que, além de absolvido, foi liberado da detenção.
No tribunal, o réu negou ter cometido o crime. Ele ressaltou que já se envolveu com tráfico de drogas, mas, na época, já tinha se desvinculado. O suspeito acredita que, por isso, foi associado a esse crime na delegacia.
Além do réu, seis testemunhas e a vítima, atingida por alguns dos disparos, foram ouvidas.
O caso
O advogado contou ao tribunal que, na época, deixou o carro em uma oficina na Avenida Amazonas e foi atendido pelo filho do dono, outro suspeito do caso, que está detido e ainda vai a júri. Foi a partir da busca por um mecânico que a razão para os disparos contra ele teria acontecido.
De acordo com denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), “o denunciado [suposto mecânico], em vez de providenciar orçamento para os reparos efetivamente necessários, passou a sustentar, falsamente, que o veículo precisaria de diversos reparos impertinentes, induzindo e mantendo a vítima em erro para obter vantagens indevidas”. O órgão afirma que o advogado precisou pagar mais de R$ 3 mil para realização dos supostos consertos.
A vítima relatou ao júri que o suposto mecânico disse que o motor do veículo havia fundido e pediu autorização para mandá-lo a outra oficina, que seria de um amigo, perto da Barragem Santa Lúcia. Dias depois, o suspeito informou que o carro estava pronto e podia ser retirado.
O advogado conta que chegou na oficina, esperou por dois minutos e foi atingido pelas costas. Ele conseguiu se virar, momento que diz ter reconhecido o suspeito julgado nesta quarta-feira, e fugiu. A vítima relatou que foi atingida na cabeça e nas costas e ficou com dificuldade de locomoção e com problemas de audição.
Ele diz ainda ter ficado hospitalizado por mais de dois meses e que, pelo tempo de afastamento do trabalho, foi exonerado de um cargo em órgão público.
Em denúncia, o MPMG defendeu que o crime foi praticado pelos dois denunciados para assegurar a impunidade dos crimes de estelionato.
O outro homem, preso suspeito de planejar o crime, está com o processo que determinou que ele fosse a júri popular em recurso, por isso, não há data definida para seu julgamento.
Por Laura Scardua*
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata
Fonte: em.com.br