Meloni, que assumiu o cargo em 2022, defende que a medida é uma forma de proteger a dignidade das mulheres, mas críticos alegam que lei é apenas mais um impedimento para que casais LGBTQIA+ constituam família.
Adotando a mesma posição que a da Igreja Católica, a primeira-ministra afirmou, no começo deste ano, que a barriga de aluguel é uma prática "desumana, que trata as crianças como produtos de supermercado".
As penas para quem descumprir a lei podem ser de prisão de três meses a dois anos e multas que chegam até R$ 6,2 milhões, aproximadamente.
A proposta do partido Irmãos da Itália foi aprovada pelo Senado da Câmara Alta com diferença de 26 votos (84 a favor e 58 contra). Em 2023, o projeto já tinha sido aprovado pela Câmara Baixa.
Proposta gerou manifestações
Na terça-feira (15/10), manifestantes se reuniram próximos ao Senado italiano para expressar indignação com o projeto de lei. Os manifestantes alegam que o governo está atacando pessoas LGBTQUIA+ e afetando casais, homoafetivos ou héteros, que desejam ter filhos.
Críticos apontam que lei pode agravar ainda mais a já baixa taxa de natalidade na Itália, uma vez que mesmo casais héteros, caso inférteis, também vão ser impactados.
Em outros países, como Estados Unidos ou Canadá, a prática da barriga de aluguel é permitida. A presidente da Rainbow Families, Alessia Crocini, disse à CNN que "90% dos italianos que escolhem a barriga de aluguel são casais heterossexuais, mas a maioria realiza a prática em segredo, o que significa que a nova proibição pode afetar de fato apenas casais gays (que não conseguem esconder)".
Outros seguimentos também reagiram
Parte dos italianos aprova a medida, justificando-a como uma forma de proteger a dignidade feminina.
A situação se acentua com o posicionamento da Igreja Católica, que exerce grande influência no país e historicamente se opõe à gestação por barriga de aluguel. A igreja considera que a prática transforma a vida em uma em mercadoria, visão compartilhada por alguns grupos feministas, que enxergam a barriga de aluguel como uma forma de exploração de mulheres, em especial as mais vulneráveis economicamente.
Em contraste, setores liberais defendem que a barriga de aluguel poderia ser regulamentada, garantindo autonomia e direitos para as mulheres envolvidas.
Por Estefania Lima*
*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes
Fonte: correiobraziliense.com.br