A engenheira elétrica Danielly Rocha, 30, que mora no prédio há sete anos, afirmou que tomou a decisão como forma de protesto. Em entrevista ao g1, ela compartilhou sua indignação pela forma que o valor foi cobrado.
“Isso pra mim foi tipo cúmulo do absurdo. É inviável e perigoso pra gente, aqui do prédio, sair no horário comercial, ir lá e sacar o dinheiro, que é uma quantia considerável. Não faz sentido”, desabafa.
Danielly também afirma estar desconfiada das reais intenções da administração do prédio por trás da exigência.
“O dinheiro vivo dificulta o controle financeiro e abre margem para irregularidades na prestação de contas. Isso bota em cheque até a intenção por trás dessa exigência, né? Então essa foi a maneira que eu encontrei de demonstrar o quanto essa situação toda é absurda", continuou.
A moradora relata que conseguir todas as moedas para pagar a taxa não foi uma tarefa fácil e que precisou da ajuda de vizinhos e pessoas próximas. “Deu um pouquinho de trabalho. Foram vários cofrinhos rachados, na verdade. Amigos do trabalho também me ajudaram bastante. Foi uma ação coletiva. Todo mundo se mobilizou para conseguir o máximo de moedas pequenas possíveis”, contou.
Exigência pode ter acontecido devido a um erro
Outros moradores do condomínio JK explicaram um possível motivo para o pagamento apenas em espécie. Segundo relatos colhidos pela Folha de S. Paulo, a exigência se deu devido a um problema na emissão dos boletos junto ao banco. Por conta disso, os responsáveis pelo prédio não aceitaram outra forma de pagamento, como Pix ou depósito bancário.
A administração do condomínio possui um histórico de outras decisões impopulares entre os condôminos. Uma delas cria um código de vestimenta para moradores que buscam ser atendidos pelos responsáveis do local. Outra regra é a exigência de um cheque caução de R$ 4 milhões para quem quiser concorrer na eleição de síndico.
Sobre o edifício
Prédio clássico foi projetado com uma arquitetura moderna / Divulgação |
O Edifício JK é um dos cartões postais de Belo Horizonte. Projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer em 1950, sua inauguração aconteceu apenas 2 décadas depois, em 1970. Em 2022, o prédio foi tombado como patrimônio cultural de Belo Horizonte em abril de 2022.
Com uma área de 1,6 m², a estrutura consiste em duas torres com 23 e 26 andares. Os mais de mil apartamentos são revestidos por concreto e vidro e abrigam mais de 5 mil moradores.
Escrito por Redação
Fonte: diariodonordeste.verdesmares.com.br