De acordo com moradores, os advogados da mulher informaram que ingressariam com ação judicial contra os envolvidos se houvesse qualquer manifestação durante o casamento dela, que ocorreu no sábado (26/10). O aviso, porém, surtiu efeito contrário: a cerimônia do matrimônio teve barraco e arremesso de ovos ao carro da noiva.
Acusações
Segundo a representante dos moradores do condomínio, a síndica teria, supostamente, usurpado cerca de R$ 350 mil de valores provenientes do condomínio residencial. Ela apresentava contas, e o valor do condomínio foi aumentado, saindo de R$ 300 para R$ 800. Os serviços e as obras contratados, no entanto, custariam um valor bem menor do que o exposto.
De acordo com a moradora, o esquema foi descoberto no início de outubro, quando a síndica teria entregado uma nota fiscal falsa, no valor de R$ 80 mil, referente a um suposto serviço que seria realizado no Villa Borghese. No entanto, a adulteração foi percebida pelos conselheiros. Ela, então, teria admitido o esquema e prometeu que iria ressarcir o condomínio.
A representante expõe que a síndica chegou a fazer um Pix no valor de R$ 30 mil como um indicativo do ressarcimento, mas o dinheiro era proveniente do próprio caixa do residencial. Ela relata ainda que as outras contas bancárias do Villa Borghese estavam zeradas. Desde então, a mulher renunciou ao cargo, e os moradores descobriram novos esquemas de possíveis fraudes. Um boletim de ocorrência foi registrado.
Os residentes do Villa Borghese indicam que a síndica chegou a confessar as ações. Por meio dos advogados, ela prometeu que, depois de vender o apartamento no residencial, vai ressarcir todas as dívidas remanescentes.
“O apartamento dela não cobre o custo, porque os nossos imóveis aqui já não valem R$ 350 mil. As avaliações aqui hoje estão em média de R$ 200 mil a R$ 300 mil. O apartamento dela ainda está financiado, e 20% é do filho, porque o apartamento vem de um divórcio que ela teve”, afirma a representante.
Agora, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vai apurar o suposto crime de furto mediante fraude. Como as investigações ainda estão em curso, o Metrópoles não vai divulgar os nomes dos envolvidos.
Manifestação no casamento
Os moradores começaram a se organizar para dar visibilidade ao caso e chegaram a fazer placas para divulgar a situação a todos. Boa parte deles acredita que nunca será restituído e que os valores não poderão ser devolvidos. A indignação ainda aumentou após descobrirem, nos últimos dias, que a síndica faria uma grande festa de casamento.
A cerimônia, na visão deles, possivelmente foi custeada com dinheiro indevido. A festa aconteceu na Ponte Alta, Gama.
A representante dos moradores menciona ainda que o advogado da antiga síndica, temendo a repercussão da condição, avisou que iria acionar judicialmente quem aparecesse no local. Os residentes se reuniram com placas e começaram a expor os possíveis crimes na frente do salão de festa. Uma mulher, inclusive, chegou a jogar ovos no carro da síndica. Apesar disso, a ação foi pacífica e não houve maiores conflitos.
Procurada pela reportagem, a defesa da síndica preferiu não comentar o caso. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Por Nathália Cardim, Jonatas Martins e Willian Matos
Fonte: metropoles.com