No espelho da casa que Wanderley Luiz alugava havia três meses, em Ceilândia, ele escreveu: “Débora Rodrigues. Por favor não desperdice batom!! Isso é para deixar as mulheres bonitas!!! Estátua de merda se usa TNT [dinamite]”.
Débora, que é cabeleireira, está presa desde maço do ano passado. Ela foi denunciada pela Pocuradoria-Geral da República (PGR) pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado contra o patrimônio da União. Em julho deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para receber a denúncia.
A mulher, moradora de Paulínia, no interior de São Paulo, é casada e tem dois filhos, de 6 e 9 anos.
Ligação de homem-bomba com atos golpistas
A Polícia Federal (PF) investiga a ligação entre os grupos extremistas que promoveram o ato golpista de 8 de janeiro de 2023 nas sedes dos Três Poderes com o atentado de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos.
Segundo o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, esse não foi um fato isolado e se conecta com outras investigações da PF.
“[O caso] Mostra a vinculação desses grupos radicais que culminam nessa barbaridade que aconteceu ontem, na tentativa de matar ministros da Suprema Corte, e também que culminou nesse lamentável episódio do suicídio dessa pessoa”, afirmou Andrei, ao citar a mensagem deixada para a bolsonarista presa.
As investigações iniciais mostram que houve planejamento de longo prazo do atentado. Na casa em que Wanderley estava morando atualmente, em Ceilândia, havia inscrições nas paredes e no espelho que faziam alusão a uma pichação feita no ato de 8 de janeiro.
“É importante dizer que não é só um ato de pichação, é um ato gravíssimo contra o Estado Democrático de Direito — esta pessoa (que fez a pichação) está presa ate o presente momento”, declarou o diretor-geral da PF.
Por Madu Toledo
Fonte: metropoles.com