Logo após o crime, a Polícia chegou a trabalhar com a hipótese de que a motivação tinha relação com o exercício profissional de José Lael, mas ao fazer a reprodução simulada da dinâmica dos fatos no dia em que o advogado foi morto, os investigadores descobriram que os problemas familiares formaram o pano de fundo do homicídio.
Na operação dessa terça-feira (12), foram presas cinco pessoas. Além da médica Daniele Barreto, uma mulher que trabalhava como sua secretária, uma amiga da médica, um motoboy e um homem que teria contratado o atirador. Já o executor ainda não foi localizado.
Segundo apuração da Polícia, Danielle e José Lael estavam em disputa por conta do controle de uma conta conjunta do casal desde que a médica passou a suspeitar ter sido vítima de um suposto golpe que teria sido aplicado pelo próprio companheiro.
Danielle, que de acordo com a investigação possuía um relacionamento extraconjugal com a amiga presa, já teria feito o pedido de divórcio, que não era aceito pelo advogado. "Eles tinham 10 milhões depositados na conta do filho mais novo e nenhum dos dois queria assumir a situação da divisão que seria necessária em decorrência do processo de separação", disse a delegada Juliana Alcoforado.
O advogado criminalista de 42 anos foi assassinado na porta de um condomínio residencial no bairro Jardins, zona sul da capital sergipana, na noite do dia 18 de outubro. Ele chegava a sua residência de carro junto com um dos seus filhos, que também foi atingido por disparos de arma de fogo. Ambos chegaram a ser levados a um hospital, mas Lael não resistiu.
"O crime foi planejado há algum tempo em um bar no bairro Santa Maria", frisou a delegada, acrescentando que no dia do crime o advogado esteve em uma loja para comprar açaí a pedido da esposa, e teria sido perseguido por um veículo modelo Polo durante todo trajeto até sua residência, onde dois homens em uma motocicleta já estavam de campana o aguardando para consumar o crime.
A investigação apontou que Daniele e José Lael teria tido uma briga no dia anterior ao crime, e também teria se encontrado presencialmente com a amiga dela e os executores horas antes do atentado. A Polícia também descobriu que o advogado já desconfiava da traição da mulher e teria passado a vigiá-la em sua clínica.
Embora a Polícia considere o crime elucidado, o inquérito ainda não foi finalizado porque os investigadores trabalham na análise de novas provas coletadas durante a operação da terça-feira (12), em que os suspeitos foram presos, para formalizar o indiciamento de cada um deles ao Ministério Público Estadual (MPE), que deverá decidir se oferece ou não denúncia contra os suspeitos nos termos da apuração policial.
Ainda há dois investigados foragidos, e as buscas seguem em andamento junto à investigação conduzida pelo DHPP com o auxílio do Cope e da Dipol. Dos foragidos, um já está identificado e teve a imagem divulgada. A Polícia Civil solicita que informações e denúncias que possam contribuir com a localização e prisão dos dois foragidos sejam repassadas à polícia por meio do Disque-Denúncia (181). O sigilo é garantido.
A defesa da médica Daniele Barreto alega inocência dela.
Fonte: f5news.com.br