A decisão ocorreu depois que agentes penitenciários encontraram um celular na cela em que Flordelis divide com mais três mulheres na Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.
O assassinato de Arderson do Carmo de Souza, ocorrido na madrugada de 16 de junho, foi apontado por Flordelis, em uma primeira ocasião, como latrocínio. Contudo, segundo a polícia, a câmara de segurança da residência não apontou a presença de nenhum desconhecido na casa.
Já no celular de Flordelis foi identificada uma troca de mensagens entre a ex-deputada e filhos dela com a informação de que a morte de Anderson seria “a única saída”. “Fazer o quê? Separar dele não posso, porque senão ia escandalizar o nome de Deus”, escreveu a mulher.
De acordo com os defensores da ex-deputada, ela não estava em posse do celular e uma outra detenta assumiu ser a dona do telefone. Além disso, o aparelho teria sido encontrado em outra cela, e não na de Flordelis. Também acusou a administração da penitenciária de usar os “presos famosos” para tentar “angariar novos postos e vantagens na estrutura interna.”
“O que dá mídia, likes e repercussão é o nome e a eterna novela Flordelis, e sempre às vésperas de decisões judiciais que podem garantir a ela um novo júri”, alega o texto.
Segundo a defesa, Flordelis teria sido chamada por outras presas para orar e, no exato momento em que entrou na cela, essa estava ocupada por guardas da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que faziam uma inspeção no local.
Em nota, a defesa acrescentou que, sem passar por nenhum procedimento apuratório que estabelecesse um contraditório mínimo, a Seap impôs uma pena” coletiva e genérica”, “o que é absolutamente vedado em nossa legislação”. “A autoridade que assim agiu deve de pronto saber que será acionada por abuso de autoridade”, completa.
O texto ainda alerta que Flordelis teve comprometimento mental atestado pelos médicos da Seap, por sofrer de depressão e síndrome do pânico, e que na data eles ainda teriam recomendado que ela não ficasse em celas isoladas.
“Flordelis foi jogada na ‘solitária’ e tem anunciada a perda de todos seus benefícios: cantar no coral, participar da oficina de crochê, estudos e leitura na biblioteca, participar de concursos e demais políticas de socialização. […] Assim, qualquer dano a sua integridade física ou a sua vida serão devidamente cobrados por está defesa ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, pois constitucionalmente cabe ao Estado a guarda e a segurança dos seus detentos”, finalizou a defesa.
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e questionou acerca do tempo em que Flordelis passará na solitária, de quem era o aparelho celular e como o aparelho entrou na cadeia, assim como atualizações sobre o estado de saúde da ex-deputada, que passou mal na prisão na última quinta-feira (5/12).
Em resposta, a Seap informou que Flordelis recebeu atendimento médico em 5 de dezembro na UPA do Complexo de Gericinó, onde foi medicada, e passa bem.
Por Madu Toledo
Fonte: metropoles.com